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Efeito Trump

Governo aguardará medidas concretas de Trump sobre exportações aos EUA, diz Haddad

Fernando Haddad
Ministro afirma que governo tomará medidas apenas após anúncios oficiais e concretos de Trump. (Foto: Isaac Fontana/EFE)

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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirmou nesta segunda (10) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai aguardar as medidas que efetivamente entrarem em vigor pelo presidente Donald Trump, dos Estanos Unidos, antes de anunciar algum tipo de retaliação ou reciprocidade.

De acordo com ele, o governo vai aguardar a concretização de eventuais taxações de Trump aos produtos brasileiros que, entre o anúncio e a confirmação, podem passar por revisão como ocorreu recentemente com o México e o Canadá.

“O governo tomou uma decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos. Então, nós vamos aguardar decisão oficialmente antes de qualquer manifestação”, disse Haddad a jornalistas mais cedo.

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Há a expectativa de que Trump anuncie uma taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país, o que pode atingir diretamente o Brasil. Ele adiantou essa possibilidade durante um voo da Flórida para Nova Orleans para assistir ao Super Bowl.

O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos e as vendas para o país representam um terço das exportações brasileiras do produto. Atualmente, 48% das exportações de aço brasileiras e 16% das de alumínio vão para a nação norte-americana.

Na semana retrasada, Lula afirmou que pode retaliar o governo dos Estados Unidos impondo uma taxação de até 35% sobre os produtos importados de lá, provocando uma crise tarifária que já fez outros países do mundo também se mexerem. México e Canadá conseguiram fazer um acordo, mas a China recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC), enquanto que a França exigiu uma resposta imediata da Comissão Europeia.

“É muito simples, se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos que são importados dos Estados Unidos. Simples, não tem nenhuma dificuldade”, disse em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

Informações de bastidores apontam que Lula já deixou de sobreaviso os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), que também é vice-presidente, para debaterem como será a resposta brasileira a uma eventual taxação por parte de Trump.

No entanto, Lula disse, na semana passada, que não acredita que isso possa ocorrer devido ao histórico de mais de 200 anos de relações comerciais, e que o mundo não precisa apenas dos Estados Unidos.

“Os Estados Unidos precisa conviver harmonicamente com o Brasil, o México, com a China. Ninguém pode viver de bravatas a vida inteira, ameaçando todo mundo”, completou.

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