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Curitiba – O governo do Paraná quer retomar o controle total do capital da Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar. Desde 1998 o governo tem como sócio privado o consórcio Dominó Holdings, que adquiriu em leilão 39,7% das ações da empresa. Segundo o procurador geral do estado e presidente do Conselho de Administração da Sanepar, Sérgio Botto de Lacerda, um dos acionistas do Dominó está disposto a se desfazer das suas ações. Trata-se do grupo francês Veolia (ex-Vivendi), controlador da Sanedo, que detém uma fatia de 30% no consórcio. Há conversações em andamento também com representantes das empresas Andrade Gutierrez e Opportunity, cada uma com 27,5% do capital do Dominó.

A oferta do governo paranaense, que detém 60% do capital, para a compra das ações é de cerca de R$ 200 milhões, que correspondem ao valor atualizado do investimento feito pelo grupo na ocasião, porém deduzidos os dividendos pagos pela Sanepar, informou Botto. Os recursos para a compra, de acordo com Botto, viriam do Tesouro estadual, da Copel Participações (que também é acionista da Sanepar) ou da própria Sanepar.

As negociações com o grupo francês Veolia começaram em abril. "Foram alguns ensaios a partir da mudança do conselho de administração, com a destituição do francês Pierre Yves Mourge, representante do Dominó, e ex-diretor de Operações da Sanepar." Segundo Sérgio Botto, o Veolia tem interesse em se desfazer das ações porque sua vocação não é possuir ativos, mas sim prestar consultoria e vender serviços na área do meio ambiente.

O diretor do consórcio Dominó Holdings, Renato Torres de Faria, disse por meio da assessoria de imprensa que não se pronunciaria sobre o assunto, por se referir exclusivamente ao grupo Veolia. Por sua vez, o representante do grupo francês não foi localizado até o fechamento da edição de ontem.

O casamento entre o governo do Paraná e o consórcio Dominó Holdings, celebrado pelo ex-governador Jaime Lerner, foi abalado por uma disputa de poder pelo comando da companhia quando assumiu o sucessor, Roberto Requião. Em 2003, o novo governador determinou uma espécie de reestatização da gestão e tirou o direito dos sócios de nomear diretorias consideradas estratégicas. Com o rompimento do acordo de acionistas, a discussão foi parar na esfera judicial.

A empresa atende hoje 8 milhões de pessoas no Paraná, com índices de tratamento de água de 99% e de 50% de coleta e tratamento de esgoto.

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