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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira (1º) que o governo não vai fazer um pacote de medidas para enfrentar a crise internacional. "Pacote é coisa do passado. O momento é de tomar medidas específicas, o que já estamos fazendo", afirmou Mantega em coletiva na porta do Ministério da Fazenda, depois de reunião da coordenação política com o presidente Lula.

Entre essas medidas específicas, Mantega citou a antecipação dos recursos à agricultura. Segundo ele, este valor, que será de aproximdamente R$ 5 bilhões, já está sendo liberado pelo Banco do Brasil. "Achamos que mais R$ 5 bilhões resolvem o problema", disse. "As medidas de ajuste estão sendo tomadas. O BB já está antecipando recursos para a agricultura. Vamos colocar mais crédito", disse.

O ministro disse ainda torcer para que os Estados Unidos acertem um acordo para votar o pacote de US$ 700 bilhões de ajuda aos bancos. Ele afirmou também esperar que o projeto não beneficie apenas os banqueiros, como também os mutuários e correntistas bancários do mercado norte-americano.

Crédito

O ministro da Fazenda assegurou que, se for necessário, o governo tomará novas medidas para irrigar o crédito a exportadores. Ele reconheceu que o problema mais imediato decorrente da crise é o da falta de crédito para os exportadores e disse que o Banco Central (BC) já está fazendo leilões de dólares e o governo está "estimulando os bancos" a darem crédito. Se for necessário, disse Mantega, novas medidas serão tomadas.

Ele também disse que o governo já está antecipando crédito para agricultura, por meio do Banco do Brasil. Sem entrar em detalhes, o ministro informou que o governo está remanejando recursos de fundos. Mantega também comentou as medidas tomadas pelo governo para melhorar a liquidez para os bancos médios e, mais uma vez, disse que, se não forem suficientes, haverá outras.

Noticiário negativo

O ministro também fez questão de afirmar que tem observado no noticiário da imprensa brasileira avaliações bastante negativas sobre o impacto da crise internacional na economia do país. "Não concordo com avaliações pessimistas como as publicadas hoje de que a economia vai crescer de 1% a 2% em 2009", afirmou. "É totalmente impossível."

Guido Mantega disse que, mesmo que o governo ficasse de braços cruzados, a economia brasileira já teria impulso suficiente para crescer de 2,5% a 3% em 2009. "Mas o governo não está de braços cruzados", afirmou ele.

O ministro garantiu que não faltará crédito para o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e investimentos. Disse ainda que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai cumprir seu cronograma de desembolsos e o Fundo da Marinha Mercante terá mais recursos.

'Momento agudo'

Ao comentar a reunião de coordenação política desta manhã, Mantega disse que a crise já dura mais de um ano e que agora está no seu momento mais agudo. Ele destacou que o Brasil está no grupo de países menos atingidos, por causa de seus bons fundamentos econômicos. "Seja qual for o desenrolar da crise, o Brasil continuará trilhando o caminho do crescimento", afirmou.

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