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Os motivos da viagem do governador Roberto Requião ao Japão começam a ser revelados. A Agência Estadual de Notícias traz nesta quinta-feira uma reportagem afirmando que o governador reuniu-se com diretores da indústria de pneus Yokohama, que estaria interessada em montar uma fábrica no Brasil e pode ter o Paraná como endereço.

Segundo a reportagem, o diretor-executivo do grupo, Takashi Suguimoto, reuniu-se em Tóquio com a comitiva liderada pelo governador Roberto Requião e afirmou que há grandes possibilidades de que o Paraná seja escolhido para ser a sede da nova planta.

"Posso dizer que há 99% de certeza de que o Paraná será a sede da indústria. Esse é um resultado concreto da viagem liderada pelo governador ao Japão e à França, que abriu possibilidades fantásticas para o Paraná", afirmou nesta quinta-feira (31) o secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho. Ainda pelas informações oficiais, fábrica da Yokohama no Brasil seria similar à que o grupo constrói na Malásia. Lá, os japoneses investem US$ 30 milhões numa planta que deverá empregar 600 pessoas.

Toyota e álcool

O site de notícias do governo também informa que a comitiva paranaense visitou cinco dos maiores grupos industriais japoneses — Toyota, Itochu, Marubeni e Mitsui, além da Yokohama. "A Toyota deverá anunciar ainda em 2007 um grande investimento no Sul do Brasil, com a construção de uma nova fábrica de automóveis. Fomos à sede mundial do grupo para uma reunião com o diretor-geral Sumio Ohtusji, em que apresentamos as potencialidades econômicas e a infra-estrutura do Paraná", explicou o secretário.

Na Mitsui, Requião apresentou estudo de viabilidade para a construção de alcoolduto ligando Maringá — pólo da produção sucroalcooleira do Estado — ao Porto de Paranaguá. Em reunião com o presidente mundial Shoei Utsuda, o governador convidou a Mitsui para participar do projeto ao lado do Estado e da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar). A proposta será levada ao conselho de administração do grupo. A Mitsui é dona de 24,5% das ações da Companhia Paranaense de Gás (Compagás), empresa de economia mista cujo acionista majoritário é a Copel Participações, que detém 51% dos papéis.

"Volto muito confiante e animado com a perspectiva de ampliarmos as relações comerciais com japoneses e franceses", disse o presidente da Alcopar, Anísio Tormena. Algumas províncias japonesas deverão determinar nos próximos meses a adição do álcool à gasolina. Os produtores paranaenses já exportam para o Japão o álcool para uso químico e alimentar.

"Em 2006, exportamos 450 milhões de litros, principalmente para os Estados Unidos e Europa. Cerca de 30 milhões de litros foram para o Japão, o que é muito pouco. Tão logo se defina a nova matriz energética do país, poderemos ampliar consideravelmente nossas relações comerciais", explicou Tormena. Os produtores paranaenses estão preparados para absorver a nova demanda. "Já crescemos 30% na última safra, colhendo cerca de 32 milhões de toneladas de cana e produzindo 1,5 bilhão de litros de álcool". A Alcopar prevê a produção de cerca de 1,7 bilhão de litros de etanol na nova safra.

O álcool e a soja convencional produzidos no Paraná também foram apresentados à Marubeni. "O grupo deverá mandar executivos ao Brasil, para conhecer de perto o potencial econômico do Paraná", afirmou Moreira. No Japão, a comitiva paranaense também reuniu-se com a Jica (Agência de Cooperação Internacional do Japão) e o Jbic (Banco para Cooperação Internacional do Japão). O Jbic já financia programas da Sanepar e está disposto a investir na instalação de empresas japonesas no Paraná e na implantação de joint-ventures entre grupos do Brasil e Japão.

França

Na França, Requião e sua comitiva visitaram o Senado francês, acompanhadoos do senador Jean Besson, vice-presidente da região de Rhône-Alpes. Durante o encontro com o presidente em exercício do Senado, Roland Du Luart, o governador discutiu assuntos relativos ao intercâmbio que o Paraná mantém com a região e apresentou um panorama da economia paranaense.

"Também nos reunimos com a Câmara de Comércio e Indústria de Paris e a Medef, a confederação das indústrias da França, para acertar a realização de futuras rodadas de negócios e intercâmbios comerciais e industriais. Além disso, vemos uma parceria cada vez mais forte e concretizada com Rhône-Alpes", disse Moreira.

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