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crise financeira

Governo terá que reduzir despesas diante de arrecadação menor, diz Mantega

Ministro não detalhou em que setores os cortes serão feitos. Ele negou, entretanto, que governo reduzirá superávit a zero

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira (6), em São Paulo, que o governo vai reduzir despesas diante da queda da arrecadação de impostos provocada pela crise financeira global.

Mantega não detalhou em que setores haverá cortes, mas reiterou que o reajuste de servidores previsto para este mês está "garantido" e que o governo não vai mexer em programas considerados prioritários.

"Vamos cortar mais despesas para acomodar a queda na arrecadação", disse a jornalistas durante a posse do novo presidente da Nossa Caixa.

Superávit primário

Ele reafirmou que o superávit primário (a economia do governo para o pagamento de juros) deverá ser de 2,5% do PIB em 2009 e de 3,3% do PIB em 2010, sem incluir os resultados da Petrobras nas contas.

"Vamos manter um superávit sólido e ainda temos 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) no Fundo Soberano, que também será mantido", ressaltou o ministro. Mantega frisou ainda não ter cogitado reduzir mais a meta de superávit fiscal deste ano. "Alguns falaram em primário zero. Não é verdade."

O ministro disse ainda que poderá haver novas liberações de depósitos compulsórios "se o governo achar conveniente". Até o momento, foram liberados cerca de R$ 100 bilhões para ajudar a economia a enfrentar a turbulência externa e a retração do crédito.

"Há um perfeito controle das contas públicas brasileiras, mas vamos cortar mais despesas para poder acomodar a situação este ano, já que a arrecadação caiu", disse o ministro, lembrando as desonerações tributárias promovidas pelo governo para estimular a economia a reagir à crise mundial.

O ministro da Fazenda disse também que, apesar de ser afetado pela crise internacional, o Brasil deve apresentar uma criação líquida de 500 mil a 700 mil empregos formais em 2009.

Empregos

O ministro referiu-se à geração de postos de trabalho com carteira assinada computada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. "No ano passado criamos 1,6 milhão de empregos. Este ano será um pouco menos, mas, mesmo assim, haverá geração de postos (formais) de trabalho", disse.

Segundo o ministro, o papel dos bancos públicos está sendo fundamental para restabelecer a normalidade da concessão de crédito e, cada vez mais, vão atuar para elevar a concessão de financiamentos e reduzir os juros de tais operações.

"Eu espero que os bancos privados voltem a aumentar a concessão de crédito devido à concorrência que os bancos públicos vão fazer. Se não aumentarem o crédito, vão perder clientes para os bancos públicos. E é isso mesmo o que a gente deseja: maior competição e elevação da concessão de empréstimos por parte dos bancos públicos e bancos comerciais", afirmou.

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