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Orçamento

Grécia precisa colocar finanças em ordem, diz BC europeu

Déficit do país atingiu mais de quatro vezes o limite determinado pela UE. Saída da Grécia do bloco é "hipótese absurda", disse Trichet

A Grécia e outros países da zona do euro com excessivos déficits orçamentários precisam adotar todas as medidas necessárias para colocar as finanças em ordem, afirmou neste sábado (23) o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, em entrevista à revista semanal Focus.

A União Europeia está pressionando a Grécia a adotar um plano de medidas austeras para acabar o déficit, que atingiu mais de quatro vezes o limite determinado pela UE, de 3% sobre o produto interno bruto.

"Não é só a Grécia, mas todos os países - e isso é desnecessário dizer - devem fazer de tudo para colocar suas finanças nacionais em ordem, para se alinhar às provisões do Pacto de Crescimento e Estabilidade", disse Trichet.

"A Irlanda também adotou estes passos difíceis e corajosos", observou Trichet, na entrevista que foi disponibilizada no site do banco. "Eu estou convencido que, dada a natureza da situação, o governo grego agirá com sabedoria para atender a meta de 3% que o país se comprometeu a atingir em 2012".

Questionado se antevia a saída da Grécia dos 16 países do bloco, Trichet respondeu: "Eu já disse que não farei comentários sobre esta hipótese absurda".

Ele também não respondeu diretamente sobre o possível apoio de países mais ricos, como França e Alemanha, disse apenas que os laços que unem os membros da zona europeia "são de fato muito próximos". "O superávit externo de alguns países... financia déficits de outros, e a constelação pode mudar ao longo do tempo", disse.

"Todos dividimos uma moeda confiável, o que é uma imensa vantagem", completou. "Ao mesmo tempo, todos os países devem isso a seus parceiros na zona do euro, agir com responsabilidade e correção nos seus balanços", afirma.

O órgão de estatísticas da UE chegou a afirmar esta semana que os números do orçamento grego não pareciam confiáveis e eram até falsificados em alguns casos. "Vamos ser claros quanto a isso: nunca mais aceitaremos números de orçamento que não refletem os fatos", disse Trichet, afirmando que auditorias adequadas devem ser feitas sempre que possível.

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