Denúncia
Em 2012, a Petrópolis foi investigada por suspeita de ter sonegado R$ 600 milhões em impostos em São Paulo entre 2006 e 2011. O grupo também já foi alvo da Operação Cevada, realizada em 2005 pela Receita Federal, para apurar suspeitas de sonegação de R$ 1 bilhão em impostos. Naquela ação, o alvo principal foi a cervejaria Schincariol, de Itu, na época o segundo maior grupo cervejeiro do país, e vendida em 2011 ao grupo japonês Kirin.
Expansão
O grupo Petrópolis vem fazendo uma rápida expansão fora do Sudeste. Em abril, colocou em operação sua sexta fábrica em operação no país no município de Itapissuma, em Pernambuco. No total, a Petrópolis já anunciou que pretende investir R$ 2,2 bilhões no Nordeste em cinco anos, com recursos da própria geração de caixa e financiamentos. A projeção da empresa é alcançar faturamento de R$ 9 bilhões em 2014.
Raio X
Grupo Petrópolis
Fundada em 1994 em Petrópolis (Rio de Janeiro).
Em 1998 foi comprada pelo empresário Walter Faria.
Possui seis fábricas, gera 19 mil empregos e tem atuação em 20 estados.
Fechou 2013 com faturamento de R$ 7 bilhões.
Tem cerca de 11% do mercado de cervejas no país.
Marcas: Crystal, Lokal, Itaipava, Black Princess, Petra e Weltenburger, dos energéticos TNT Energy Drink e Magneto, do isotônico Ironage, das vodkas Blue Spirit e Nordka e da água Petra.
Fonte: empresa e mercado
O grupo Petrópolis, dono da marca de cervejas Itaipava, anuncia hoje a construção de uma fábrica de cerveja e uma maltaria no Paraná, com recursos de R$ 800 milhões. Os investimentos, no entanto, podem chegar a R$ 2,2 bilhões e vão incluir, dentre outros, o arrendamento das fábricas da processadora de soja Imcopa. Se confirmado, será o segundo maior investimento privado no estado nos últimos três anos, depois da Klabin, que está aplicando R$ 7,5 bilhões em Ortigueira, nos Campos Gerais.
As fábricas serão as primeiras do grupo Petrópolis no sul do país e vão gerar cerca de 6 mil empregos diretos. Ainda não está definido o município que sediará o projeto. Especula-se que seria na região de Guarapuava, onde há produção de cevada usada na fabricação da cerveja.
Somente na cervejaria os investimentos devem somar R$ 600 milhões. Segundo estimativas de mercado, a capacidade de produção deve chegar a 3 milhões de hectolitros por ano. A maltaria, que deve receber recursos de R$ 200 milhões, terá capacidade para 160 mil toneladas por ano. Procurados, o governo do estado e a Petrópolis preferiram não se pronunciar oficialmente.
A empresa vai enquadrar seu investimento no programa de incentivos Paraná Competitivo, que, dentre outros benefícios, prorroga o pagamento de ICMS. O presidente do grupo Petrópolis, Walter Faria, assinará o termo de compromisso hoje, às 15 horas, no Palácio Iguaçu.
Arrendamento
No pacote de investimentos também está o arrendamento da Imcopa, que tem fábricas em Araucária e Cambé. O grupo mantinha, desde 2009, um contrato de industrialização de soja por encomenda com a empresa. A processadora da oleaginosa teve seu plano de recuperação judicial aprovado no fim de fevereiro. A cervejaria assumirá as operações industriais da processadora. A reestruturação financeira ficou a cargo do grupo Fema, fundo especializado na gestão de ativos imóveis. O plano de recuperação judicial previa o arrendamento das unidades da companhia.
A relação entre o grupo Petrópolis e a Imcopa, no entanto, foi marcada por idas e vindas e críticas de bancos credores, como HSBC e Credit Suisse, que acusaram a cervejaria de ter se tornado a controladora da empresa, informação negada pelas duas companhias. A processadora de soja entrou em processo de recuperação judicial em janeiro de 2013.
A fábrica de cerveja do Paraná será a sétima do grupo Petrópolis, que nasceu na cidade de mesmo nome na região serrana do Rio e hoje está presente em 20 estados. O grupo, de capital 100% nacional, faturou R$ 7 bilhões no ano passado.
A fabricante é considerada a segunda maior no setor, atrás da Ambev, em participação de mercado são cerca de 11%, contra 68% da Ambev. Em receita, no entanto, está atrás também da Brasil Kirin, ex-grupo Schincariol, que obteve receitas de R$ 7,4 bilhões no ano passado.
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