Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Incentivos fiscais

Guerra dos portos chega hoje ao plenário do Senado

Após muita discussão, proposta de unificação do ICMS de importados foi aprovada ontem pela Comissão de Assuntos Econômicos

Depois muita discussão e em clima de atrito entre senadores governistas, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou ontem a resolução 72, proposta para unificar em 4% a alíquota do ICMS em operações interestaduais envolvendo produtos importados e, assim, acabar com a chamada guerra fiscal dos portos, na qual estados oferecem alíquotas diferentes para atrair operações a seus terminais.

Hoje, o ICMS nas operações interestaduais com importados varia entre 12% e 7%. O governo quer aprovar a unificação do imposto como forma de reforçar o pacote de estímulo à economia que apresentou há duas semanas. O governo defende a aprovação do projeto como forma de conter a desindustrialização do país.

O projeto de resolução foi aprovado na CAE por 20 votos a favor e seis contra. O texto foi apresentado pelo líder do governo no Senado e relator na CAE, senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Ele mostrou-se otimista ao afirmar que espera votar hoje o projeto no plenário do Senado. A pauta do plenário está trancada por duas medidas provisórias. A base se articula para aprovar as MPs e, em seguida, votar o projeto de resolução 72.

"Hoje se discutiu política na Comissão de Assuntos Econômicos. E graças a Deus, Deus foi brasileiro, nós vencemos e, com a ajuda de Deus, vamos levar e vencer em plenário", afirmou Eduardo Braga, que foi autor do parecer vencedor. O texto do líder governista propõe a adoção de uma alíquota única de 4% do ICMS interestadual para produtos importados, que passaria a vigorar a partir de janeiro de 2013.

O governo teve muita dificuldade e precisou contar com os votos do PMDB para garantir a votação na sessão de ontem da CAE. Por apenas um voto, o governo conseguiu manter a votação. O clima de confusão gerou atrito até entre senadores do PT: José Pimentel queria a votação e Lindbergh Faria defendia o adiamento. Mas prevaleceu a vontade do governo, com apoio do PMDB.

A unificação do ICMS será aplicada mesmo àqueles importados que, chegando ao país, passem por algum processo de transformação, beneficiamento, ou montagem e que resultem em mercadoria com conteúdo de importação superior a 40%.

Antes da votação do mérito, o colegiado rejeitou 20 das 21 emendas apresentadas pelos senadores. Elas previam, além de uma regra de transição, a exclusão de setores da economia – como automobilístico e farmacêutico – da nova regra. A única emenda aprovada foi a que exclui a importação de gás natural das novas regras.

Debates acalorados

Durante a sessão, os representantes dos governos que concedem atualmente os incentivos, como Espírito Santo, Santa Catarina e Goiás, e os senadores travaram acalorados debates. "Será a primeira vez que o Senado vai derrotar três estados da Federação", afirmou o governador capixaba, Renato Casagrande, que implorou aos senadores que aprovassem pelo menos uma regra de transição.

Durante as negociações, o governo federal apresentou outras formas de compensação aos estados prejudicados, como investimentos por meio de estatais. "Estamos discutindo igualdade de condições para produtos nacionais e importados", afirmou o ex-líder do governo no Senado Romero Jucá (PMDB-RR), autor do projeto.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.