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Lavoura de milho no Rio Grande do Sul.
Lavoura de milho no Rio Grande do Sul.| Foto: Hugo Harada / Arquivo Gazeta do Povo

A invasão da Rússia pela Ucrânia já está se refletindo no agronegócio. E, segundo o Itaú BBA, esses impactos poderão ser sentidos desde o aumento de preços internacionais de produtos agrícolas à disponibilidade de insumos, tendo em vista a relevância da região na produção de fertilizantes.

Duas culturas que já estão sentindo os reflexos do conflito são o trigo e o milho, já que os dois países são importantes exportadores. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados (USDA), eles respondem por 28,3% da oferta mundial de trigo e 19,5% de milho.

“A invasão ocorre aonde o trigo de inverno está plantado na Ucrânia, e, se, porventura conflitos bélicos se intensificarem na região, podem impactar a oferta do cereal do país.” Segundo o banco de investimentos, a disponibilidade internacional para as duas commodities já era limitada e esse eventual bloqueio das vendas externas, por sanções ou por problemas logísticos, pode sustentar ou até elevar mais ainda os elevados patamares de preços.

As altas dos preços de trigo e milho podem impactar no preço da soja, mesmo Rússia e Ucrânia não sendo relevantes produtores da oleaginosa. “Tais commodities competem entre si no que diz respeito à alocação de área a ser plantada e são substitutos nas rações.

O Itaú BBA lembra também que preços de petróleo mais elevados tendem a beneficiar a produção de biocombustíveis e, por conseguinte, a soja.

Apesar de Rússia e Ucrânia não serem destinos importantes para a pauta brasileira de proteínas animais, se a tensão se prolongar, a demanda por esses produtos também será impactada. “A alta dos preços dos grãos afetará negativamente o setor, com destaque para as empresas focadas no mercado doméstico.”

Dois produtos que tendem a ser beneficiados em um primeiro momento, segundo a instituição financeira, são o açúcar e o algodão. A alta do petróleo, que superou a barreira dos US$ 100, reduz a competitividade de fibras sintéticas e favorece a oferta de biocombustíveis. Assim, a produção de açúcar é impactada.

Impactos nos fertilizantes

Um dos reflexos mais relevantes pode ocorrer no segmento de fertilizantes. A Rússia é o 2° maior produtor de potássicos e nitrogenados e o 4° de fosfatados. “A questão sobre a disponibilidade dos fertilizantes tende a contribuir para a alta nos preços.”

O que mais preocupa são os potássicos, já que o 3° maior produtor, Belarus, enfrenta dificuldades para escoar o produto, por causa de sanções impostas pela Lituânia.

Segundo o Itaú BBA, há outros pontos a acompanhar: o fornecimento de gás natural da Rússia para a Europa. Caso haja ruptura, poderá aumentar o custo de produção de insumos e paralisar as indústrias de fertilizantes, especialmente os nitrogenados, na Europa. “Além disso, a alta dos preços do barril do petróleo pode impactar nos fretes marítimos e domésticos.”

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