O ex-ministro Guido Mantega pediu nesta quinta-feira (17) para deixar a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na semana passada, Mantega foi anunciado como membro do grupo responsável pelo orçamento, gestão e planejamento. O ex-ministro encaminhou uma carta explicando sua decisão ao vice-presidente eleito e coordenador da transição, Geraldo Alckmin (PSB). A informação foi divulgada pela colunista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.
Na carta, o ex-ministro da Fazenda afirmou que adversários estariam interessados "em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo". Mantega, que atuaria como voluntário na equipe, citou que está proibido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de exercer cargo em comissão ou função de confiança na administração pública federal pelo caso das pedaladas fiscais até 2030.
"Entretanto, em face de um procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente, enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, aceitei trabalhar na Equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por 8 anos", disse.
"Mesmo assim essa minha condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo", acrescentou. O ex-ministro diz esperar que a decisão do TCU seja derrubada. "Diante disso, resolvi solicitar meu afastamento da Equipe de Transição, no aguardo de decisão judicial que irá suspender os atos do TCU que me afastaram da vida pública. Estou confiante de que a justiça vai reparar esse equívoco, que manchou minha reputação", finalizou.
Após ser anunciado para equipe de transição, Mantega chegou a declarar em entrevista à GloboNews que estava trabalhando para barrar a indicação de Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Goldfajn foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao cargo. Para o ex-ministro, Bolsonaro "tentou dar mais um golpe" com a indicação. A fala gerou críticas.
"O Ilan é um sujeito extremamente qualificado, tem a experiência necessária para esse cargo, serviu a governos diversos e a organismos internacionais. Não é representante de uma facção política, e isso é muito positivo", disse o ex-ministro Henrique Meirelles.
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