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O presidente da Guiné, Alpha Conde, cancelou o projeto de uma estrada de ferro acordado inicialmente com a mineradora Vale e vai abrir o contrato para ofertas mais competitivas, disse um funcionário do governo.

A Vale, que detém participação na jazida de minério de ferro Simandou, no sul da Guiné, ofereceu pagar 1 bilhão de dólares para a reconstrução de uma estrada de ferro de 640 quilômetros, conectando a cidade de Kankan, no interior, à capital costeira Conacri.

Conde, eleito em novembro, disse durante o fim de semana que o acordo com a Vale havia sido aceito em respeito ao ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, mas que agora seria aberto para ofertas mais competitivas.

Uma autoridade do Ministério de Minas da Guiné confirmou o cancelamento do acordo, mas não quis dar mais detalhes sobre o que isso significa para as operações da Vale no país.

"Não podemos dizer nada sobre o cancelamento do projeto da estrada de ferro Kankan-Conacri porque o presidente já disse tudo", disse a autoridade do ministério, Guillaume Curtis.

"Mas o que eu posso dizer é que vamos revisar todas essas joint-ventures que foram assinadas às custas do Estado da Guiné."

Em comunicado no início da noite, a Vale informou que as obras de implantação da primeira fase do projeto Simandou, que envolve o desenvolvimento da mina de Zogota e pesquisa para estudos de viabilidade dos blocos I e II, continuam normalmente.

A empresa confirmou que parou as obras na ferrovia a pedido do governo da Guiné.

"O governo da Guiné está solicitando uma revisão das especificações técnicas para dar continuidade às obras de revitalização da ferrovia e decidiu paralisar as atividades até que os novos parâmetros sejam definidos", informou a mineradora, ressaltando que está pronta para retomar as obras assim que solicitada.

A Vale lembrou ainda que as obras de reconstrução da ferrovia, dedicada ao transporte de carga geral e de passageiros, fazem parte dos compromissos contratuais assinados com o governo da Guiné.

Há um ano, a Vale anunciou a compra, por 2,5 bilhões de dólares, da participação de 51 por cento na BSG Resources Guiné, que detém concessões de minério de ferro no país africano -- em Simandou Sul e licenças de exploração em Simandou Norte.

Na época, a previsão era produzir 10 milhões de toneladas de minério de ferro a partir de 2012 e atingir 50 milhões de toneladas entre 2014/2015.

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