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O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, diz que a economia brasileira foi “completamente” desorganizada há dez anos por armadilhas políticas e econômicas, e que se perdeu a consciência de que é preciso fazer uma “política de Estado” no país. O país era governado por Dilma Rousseff (PT) em 2015 e, depois, por Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) até a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023.
“O país se desorganizou completamente”, disse em entrevista à GloboNews nesta semana, afirmando ainda que “precisamos corrigir esses dez anos, botar as coisas em perspectiva e voltar a falar em desenvolvimento sustentável”.
“Para isso não pode ter privilégio, pauta bomba, amigos do rei”, completou em referência à pauta econômica que entregou ao novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), na última quarta (5). São 25 prioridades que incluem itens como a implementação da reforma tributária, a limitação dos supersalários e a reforma da previdência dos militares.
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Fernando Haddad ainda reconheceu que é alvo de fogo amigo por integrantes do próprio governo Lula, com quem ele convive há três décadas. Ele não deu nomes, mas já foi criticado publicamente pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
“Tem fogo amigo, fogo inimigo, aqui tem fogo para todo gosto. Tenho um discurso coerente desde dezembro de 2022. Estou perseguindo os mesmos objetivos, com a mesma tenacidade e com a mesma certeza de que o Brasil pode melhorar muito e sair dessa armadilha em que entramos dez anos atrás”, afirmou.
Ele ainda foi fortemente criticado pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que o chamou de “fraco” se comparado a ministros da Fazenda de governos passados, e que não consegue “se impor” sobre outros integrantes do atual mandato de Lula.
Haddad rebateu e disse que foi defendido pelo presidente já no dia seguinte, que classificou a crítica como injusta. “Já deu no dia seguinte e falou: ‘olha, uma pessoa que faz o Brasil crescer 7% ao ano, com a menor taxa de desemprego, aprova uma reforma tributária, as contas públicas, um marco fiscal’”, completou.
Ainda durante a entrevista, o ministro disse que já enfrentou “tempos muito turbulentos” na convivência com Lula, negou que disputará algum cargo em 2026 e que a gestão do orçamento será trabalhosa até o último dia. Ele reconheceu que, às vezes, bate um cansaço, mas que tem compromisso com a pauta do equilíbrio fiscal.








