
A FQM, holding farmacêutica controlada pelo grupo argentino Roemmers, vai expandir as operações do Herbarium Laboratório Botânico. O laboratório paranaense, que foi adquirido no início do mês pelo conglomerado, deve encerrar 2009 com receitas de R$ 70 milhões. Um dos objetivos, segundo o novo diretor-presidente, Marcelo Geraldi, é lançar o Herbarium como uma plataforma de produção de fitoterápicos na América Latina. As exportações, que representam hoje menos de 1% das receitas, devem ganhar corpo e o mercado interno também deve receber uma dose extra de lançamentos. A meta é dobrar a taxa anual de crescimento de receitas, hoje em 15%.
Geraldi afirma que o planejamento estratégico para o Herbarium já começou a ser desenhado e inclui reforço na verba de marketing, ampliação da atuação geográfica, principalmente nas cidades do interior do país, e a aceleração do desenvolvimento de patentes. O executivo diz que estão descartadas demissões na empresa, cuja fábrica está localizada em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. Ao todo, o laboratório emprega 430 pessoas.
O Herbarium produz 75 produtos são fitoterápicos, linhas de emagrecedores, com a marca Bioslim, entre outros. De acordo com Geraldi, a holding FQM foi criada para abrigar os dois braços do grupo no país: o laboratório Farmoquímica, que tem sede no Rio de Janeiro, emprega 700 pessoas e foi comprado em 2001, e o Herbarium. As operações dos dois laboratórios vão permanecer separadas, inclusive a linha de fitoterápicos da Farmoquímica. A FQM deve fechar 2009 com faturamento de R$ 300 milhões. O grupo Roemmers, que controla 20 laboratórios na América Latina, deve encerrar o ano com receitas de US$ 800 milhões.
Segundo Geraldi, as negociações da compra começaram há quase um ano."Já tínhamos como foco aumentar a participação dos fitoterápicos na Farmoquímica e o Herbarium foi uma ótima oportunidade para acelerar esse projeto", afirma. Fundado em 1985 pela enfermeira Magrid Teske, o Herbarium era administrado também pelo seu irmão, Clovis Teske. O negócio foi aberto por Magrid, que começou a plantar confrei ao chegar da Alemanha. Do chá, passou a produzir cápsulas e extratos para pomadas e cremes. Em poucos anos o laboratório passou a figurar entre os maiores do país no setor.
Nenhum dos dois empresários comentou a venda, mas nos últimos meses ambos vinham se afastando do dia a dia do negócio. A partir de 2000, o laboratório passou por altos e baixos, principalmente em função de novas regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que impuseram uma série de limitações na composição dos medicamentos e aumentaram a regulação. Na época, o laboratório teve de retirar do mercado vários produtos.



