Dois consórcios vão disputar amanhã o leilão para construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), mas a formação exata do vencedor só será conhecida depois de concluída a licitação.
A participação direta estatal na disputa, já relevante, de 49% no grupo liderado pela construtora Andrade Gutierrez (12,75%), e de 49,98% no encabeçado pela Queiroz Galvão (10,02%), deverá aumentar ainda mais com a entrada posterior da Eletronorte, subsidiária da Eletrobrás. Também entrarão depois os fundos de pensão Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal).
A formação do segundo consórcio, fechada apenas quatro dias antes da data do leilão, depois de divulgadas condições extraordinárias de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à obra e de concedido desconto de 75% no Imposto de Renda, foi realmente negociada até o último minuto.
Mas, o ingresso tardio da Eletronorte já era decisão acordada no governo. Em março, em entrevista ao Estado, o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz, revelou que a Eletronorte participaria da obra mesmo que outra subsidiária integrasse o consórcio vencedor. "Se a Eletrobrás estiver no consórcio, a Eletronorte estará dentro de Belo Monte", declarou Muniz, que presidiu a Eletronorte durante as duas gestões do governo FHC. A empresa participou do planejamento da hidrelétrica "desde a sua origem", há 35 anos, justificou.
Os consórcios que disputarão o leilão são: Belo Monte Energia, liderado pela Andrade Gutierrez, (12,75%) e formado por Vale (12 75%); Neoenergia (12,75%); CBA (12,75%); Furnas (24,5%); e Eletrosul (24,5%). E Norte Energia, liderado pela Chesf (49,98%) e composto pela Construtora Queiroz Galvão (10,02%); Galvão Engenharia (3,75%); Mendes Júnior (3,75%); Serveng(3,75%); JMalucelli Construtora (9,98%); Contern Construções (3,75%); Cetenco Engenharia (5%) e Gaia Energia e Participações (10,02%).
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