O humor dos mercados, que vinham em alta nas últimas sessões, virou nesta terça-feira com a queda do petróleo, medidas do governo chinês para esfriar o mercado superaquecido e a cautela de investidores que aguardam a divulgação de importantes indicadores da economia americana nos próximos dias. O dólar fechou a R$ 1,950, com avanço de 0,36%. Já o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), fechou em queda de 0,78%, aos 51.713 pontos, depois de ter registrado baixa de mais de 1% após a notícia da China.
Na máxima do dia, o dólar chegou a ser negociado a R$ 1,955, logo que o Banco Central realizou um leilão de compra de dólares e os investidores receberam a notícia da China.
O governo chinês decidiu aumentar a taxação sobre operações no mercado acionário de 0,1% para 0,3%. No ano, o principal índice do mercado acionário chinês acumula alta de mais de 60%. A medida veio quase uma semana após o ex-chairman do Federal Reserve Alan Greenspan ter alertado sobre uma possível correção brusca no mercado acionário chinês, que já subiu quase 60% neste ano.
As notícias da China, o preço do petróleo e as expectativas sobre os dados dos EUA, segundo analistas, abriram espaço para uma realização de lucros na Bovespa, que registrou alta na sessão passada, quando os mercados americanos estavam fechados devido ao feriado nos Estados Unidos.
Os papéis PN da Petrobras também eram afetados pela queda de mais de 3% nos preços do petróleo, puxando o Ibovespa para baixo. Vale lembrar que tais ações respondem pela maior fatia do indicador, de 13,85%. As ações Petrobras PN caíram 1,70%, para R$ 46,05.
BC faz compra de dólares no mercado
- Saiu a notícia da China e o dólar deu uma subida acompanhando os outros mercados. Por enquanto foi impacto da notícia, mas depois deve voltar - afirmou Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy, lembrando que a tendência de queda do dólar continua.
Ele ponderou que é preciso observar como os mercados globais reagirão à decisão nos próximos dias. O Banco Central atuou duplamente no câmbio nesta terça-feira. No leilão de compra de dólares no mercado à vista, a autoridade monetária aceitou 15 propostas, segundo operadores.
O BC também vendeu o equivalente a US$ 1,5 bilhão de dólares em contratos de swap cambial reverso, mas a operação serviu de rolagem para o vencimento de contratos em 1º de junho.
Embora o dólar tenha subido com um pouco mais de força na parte da tarde, o mercado de câmbio se mostrou cauteloso desde a abertura na expectativa de uma série de indicadores americanos nos próximos dias.
Entre os eventos previstos na semana estão a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, dados de crescimento e de criação de empregos nos EUA.
- As cotações do dólar devem continuar alternando pequenas quedas com pequenas altas, conforme esses indicadores... traduzam um cenário mais ou menos favorável para a economia brasileira - avaliou Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora.



