Um estudo divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira mostra o processo de transformação do perfil demográfico brasileiro até 2030. Os números, tanto no nível nacional quanto nos estados, mostram que haverá redução das taxas de mortalidade, aumento da esperança de vida e queda na taxa de fecundidade.
A pesquisa "Indicadores Sociodemográficos Prospectivos para o Brasil 1991-2030", projeto inédito do IBGE, em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (Pnud), destaca, além do processo de envelhecimento da população, a persistência das desigualdades sociais e regionais nas próximas duas décadas.
Em 2030, enquanto os estados do Maranhão (75,70) e Alagoas (75,16) terão esperanças de vida ao nascer de pouco mais de 75 anos, em Santa Catarina (79,76), no Distrito Federal (79,63) e no Rio Grande do Sul (79,59) as respectivas vidas médias ao nascer projetadas ultrapassarão os 79,50 anos. Neste caso, o indicador que representa a média nacional (78,33 anos) estará refletindo a realidade dos estados de maior desenvolvimento econômico e social.
Um exemplo disso são as taxas de mortalidade infantil médias para os três estados citados do centro-sul, em torno de 8%o, em 2030, contrastando com as projetadas para Maranhão e Alagoas, respectivamente, 16,10% e 19,40%.
As taxas específicas de fecundidade por idade, para todas as unidades da federação, bem como os padrões etários da fecundidade, revelam que, se mantidos os padrões reprodutivos observados até o fim da década de 1990, haverá, nos próximos anos, redução dos nascimentos a partir dos 30 ou 35 anos de idade, e taxas de fecundidade de expressivas magnitudes na faixa etária que vai até os 24 anos.
Em 2000, de cada mil mulheres de 15 a 19 anos, 89,3 tiveram filhos nos 12 meses anteriores à data de referência do Censo Demográfico daquele ano; na região Norte foram 137,7 para cada mil mulheres e na Sudeste, 70,7. Muito embora a hipótese implícita na projeção considere a diminuição paulatina das taxas de fecundidade correspondentes a todos os grupos de idade, a fecundidade do segmento jovem de mulheres ganhará cada vez mais representação. Já as mulheres com idades entre os 35 e 49 anos que foram mães pela primeira vez, representavam, em 1991, 8,00% do total de mulheres (363.489), nesta faixa etária, e que tiveram filhos nos doze meses que antecederam o Censo Demográfico daquele ano. Já em 2000, este percentual eleva-se para 13,05% do efetivo de mulheres que deram à luz por volta de 2000 (335.974).
Entre 2000 e 2030, a idade média da fecundidade diminuirá em quase 3 anos no Ceará, São Paulo e Rio Grande do Sul. No mesmo período, à exceção do Espírito Santo, todas as demais unidades da federação das regiões Sudeste e Sul experimentarão reduções de mais de 2 anos.
No Centro-Oeste, apenas o Distrito Federal apresentará uma diminuição significativa na idade média da fecundidade, ao passar de 26,10 anos, em 2000, para 23,92 anos, em 2030. No Nordeste, os estados do Maranhão e Piauí, com um rejuvenescimento da fecundidade em torno de 1,6 ano, contrastarão com os outros sete estados, para os quais projetam-se diminuições que superam os dois anos. Na região Norte, somente o Amapá passaria pelo processo de continuado rejuvenescimento da fecundidade, com deslocamento da idade média em, aproximadamente, 2,5 anos.



