A declaração de que o Federal Reserve não está prestes a oferecer mais estímulos à economia dos Estados Unidos derrubou a bolsa brasileira nesta quarta-feira, anulando a alta do dia anterior e recolocando o Ibovespa no menor nível desde maio de 2010.
O principal índice das ações brasileiras caiu 1,63 por cento, a 59.679 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 6,72 bilhões de reais.
"O balde de água fria foi o Bernanke hoje", disse Rafael Espinoso, estrategista de renda variável da CM Capital Markets, em referência às declarações do chairman do Fed.
Na véspera, Bernanke havia admitido a possibilidade de uma terceira rodada de ajuda à economia, ajudando o Ibovespa a subir mais de 1,6 por cento. Mas nesta quinta ele disse que a inflação está mais alta e que o banco central, embora possa vir a implantar mais estímulos financeiros se necessário no futuro, ainda não está prestes a fazê-lo.
"Ontem tinha sido bom para os emergentes. E hoje foi o contrário, performamos bem pior que o mercado americano", disse Espinoso. Os índices Dow Jones e Standard & Poor's 500 caíram 0,44 e 0,67 por cento.
"O mercado encontrou um ponto importante nos 59.600 (pontos) à vista. Se perdido, leva a bolsa a 57.630/57.750."
Ele mencionou a posição vendida de cerca de 90 mil contratos de investidores estrangeiros em índice futuro, que representa uma expressiva aposta na queda do Ibovespa. "E o fluxo de bolsa para o à vista ainda é muito tímido."
A ação com maior volume no Ibovespa foi a preferencial de Vale, com queda de 1,25 por cento, a 45,80 reais. Itaú Unibanco perdeu 2,96 por cento, a 31,79 reais, e a preferencial de Petrobras registrou desvalorização de 1,88 por cento, a 22,95 reais.
A ação do Itaú Unibanco já acumula queda de 13,5 por cento desde 5 de julho. O índice da Bovespa para o setor financeiro teve queda de 8,9 por cento no período.Ações de consumo e setor imobiliário recuaram com força, com B2W caindo 4,95 por cento, a 15,35 reais, e Rossi em baixa de 5,02 por cento, a 11,53 reais.
Na contramão do mercado, MMX e Portx subiram 1,5 e 4,29 por cento, a 8,80 e 3,40 reais, após o anúncio de um acordo preliminar com a Minerinvest Mineração para prestação de serviços portuários e fornecimento de minério de ferro.
Brasil Foods também subiu, com variação positiva de 4,03 por cento, a 29,70 reais, ainda refletindo o otimismo do mercado após a aprovação da fusão que deu origem à empresa. Credit Suisse e Merrill Lynch elevaram o preço-alvo da produtora de alimentos.
Deixe sua opinião