Pessoas com 66 anos de idade ou mais formam o grupo que mais investe em ações na BM&Bovespa. Segundo dados da Bolsa, essa turma representa atualmente nada menos que 40,1% dos investidores em ações, pessoas físicas. No ano passado, esse universo da representava 37,1% dos investidores, o que mostra que está se expandindo. Juntos, eles têm investidos em ações R$ 44 bilhões de um total de R$ 109 bilhões. É mais do que o dobro do que investem pessoas com idade entre 46 e 55 anos, que juntas compraram R$ 19 bilhões em ações até abril deste ano.
"Há uma mudança de comportamento em relação ao investidor de terceira idade, que hoje está mais informado, e também em relação ao mercado financeiro. Essa foi uma geração de pessoas que se acostumou com o ganho de até dois dígitos em juro na renda fixa. Agora isso mudou e é preciso correr um pouco mais de risco para ter melhor retorno", diz Ricardo Pereira, consultor financeiro e sócio do blog Dinheirama.
Uma pesquisa recente feita pela consultoria Quorum Brasil, com 240 pessoas com idades entre 60 e 75 anos, já captou o crescimento dos investidores da terceira idade na Bovespa. Entre aqueles que declararam aplicar parte de seus rendimentos, 2% , entre os homens, informaram que compram ações. Entre as mulheres, este percentual é de 1%.
Entre 5% e 7% disseram aplicar em fundos de investimento, sejam eles de ações ou de renda fixa. Entre 33% e 35% preferem mesmo a poupança e entre 3% e 8% investem o dinheiro em imóveis.
"No levantamento anterior, feito há quatro anos, as ações nem foram citadas como investimento. É uma mudança importante de comportamento. Não se pode mais imaginar a terceira idade como um grupo de pessoas que fica em casa assistindo à televisão. Hoje mudou muito o perfil da terceira idade", avalia Claudio Silveira, coordenador do trabalho e diretor na Quorum Brasil.
A pesquisa da Quorum comprova essa tese. O levantamento mostrou que 63% têm atividade física, fazem passeios, vão a médicos, visitam parentes, fazem compras e trabalhos voluntários. Além disso, mostrou a pesquisa, a terceira idade se mantém informada em jornais e livros e, 32% dos homens e 21% da mulheres usam a internet como fonte de informações.
Os idosos no Brasil representam um universo de 15 milhões de consumidores, que deve dobrar até 2020. O poder de compra de pessoas com mais de 60 anos chega a R$ 2,4 bilhões ao ano. Além de guardar um pouco para investir em ações, essa turma tem casa própria, viaja para o exterior e têm renda superior à média da população.
"Essa parcela da população que vai à Bolsa já tem patrimônio formado. Os recursos destinados a ações não põem em risco o que foi construído ao longo da vida", diz Ricardo Pereira.
Eles também têm planos diferentes do pessoal da terceira idade do passado, segundo a pesquisa da Quorum: 33% disseram que buscam aventuras como andar de moto, saltar de paraquedas, passear de balão e andar de lancha.
Já um levantamento feito pela internet pelo Instituto Qualibest, com mais de 17 mil entrevistados, entre eles 313 pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, mostrou que a renda mensal do internauta de terceira idade é de quase R$ 3 mil contra R$ 1,9 mil das demais faixas etárias.
O público de terceira idade declarou ainda que já possui equipamentos tecnológicos, como filmadora, TV de tela plana e computador. E têm interesse em comprar notebooks e smartphones. Entre o grupo com 60 anos ou mais, 35% disseram ter ido pelo menos três vezes ao exterior, nos últimos dois anos contra 22% dos demais entrevistados.
Os dados da Qualibest também mostram que os internautas da terceira idade são mais prudentes em relação às finanças. Têm menos cartões de crédito, mostram-se bons controladores de investimentos e não atrasam o pagamento do seguro do carro e da residência.
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