As importações da China tiveram em janeiro a maior queda desde as profundezas da crise financeira global, gerando preocupação de que a demanda possa estar ainda mais fraca que o previsto, apesar da influência sobre os dados do fechamento das fábricas para o ano novo lunar.
As importações desabaram 15,3 por cento em relação a janeiro do ano passado -a maior baixa desde agosto de 2009. As exportações diminuíram 0,5 por cento, no pior resultado desde novembro de 2009, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira.
Embora gerem temor sobre a resiliência da demanda doméstica, que tem protegido a segunda maior economia do mundo da piora das exportações, os dados também são um alerta para a capacidade da China em sustentar a frágil economia global.
"Uma queda de mais de 15 por cento em janeiro não pode ser integralmente explicada pelo calendário lunar, e reforça a opinião de que a produção econômica está mais lenta que os indicadores podem sugerir", disse Ren Xianfeng, economista da IHS Global em Pequim.
Ainda assim, as distorções causadas pelo ano novo lunar deixarão as autoridades hesitantes em agir rapidamente. Analistas esperam que os formuladores de políticas avaliem os números de janeiro e fevereiro combinados antes de decidir se o ligeiro afrouxamento atual deverá ser intensificado.
A grande queda das importações, combinada com o declínio menor das exportações, deixou a China com um superávit comercial de 27,3 bilhões de dólares em janeiro, o maior em seis meses, contrariando expectativas de uma redução.
As exportações para a União Europeia, maior mercado da China, caíram 3,2 por cento em janeiro, no primeiro declínio desde fevereiro do ano passado.
Os embarques para os Estados Unidos subiram 5,5 por cento, desacelerando após a alta de 11,9 por cento registrada em dezembro e marcando o menor ritmo desde fevereiro de 2010



