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O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) vai atingir nesta quarta (30), às 21h15, a marca de R$ 2 trilhões em impostos pagos pelos brasileiros aos governos federal, estaduais e municipais desde o início do ano. O valor engloba impostos, taxas, contribuições, multas, juros e correção monetária.
Diferentemente de 2022, quando a marca foi alcançada em 14 de setembro, a atual diferença de 14 dias se deve, em grande parte, à inflação acumulada durante o período. Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP, destaca que a alta da inflação teve um impacto direto no aumento dos preços dos produtos e, consequentemente, na arrecadação tributária.
“Vale destacar que a redução temporária nos impostos sobre os combustíveis, de certa forma, amenizou o impacto do aumento geral dos preços”, afirmou.
No entanto, Solimeo enfatiza a importância de abordar os gastos públicos como um componente fundamental da equação econômica brasileira, que ainda está em expansão. Ele menciona o novo arcabouço fiscal, que vai substituir o atual teto de gastos, pode trazer um equilíbrio entre a arrecadação e as despesas.
“O arcabouço fiscal busca estabelecer diretrizes para o aumento dos gastos. No entanto, após sua implementação, é esperado que ocorram aumentos significativos na carga tributária para cumprir as metas”, disse.
Gilberto Amaral, presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), aponta que, no ano passado, houve desoneração dos impostos sobre os combustíveis e redução nas alíquotas de ICMS para combustíveis e energia elétrica. No entanto, em 2023, essas medidas foram revertidas a partir de maio e junho.
"Atingir essa marca mais cedo se deve ao aumento na arrecadação em comparação com o mesmo período do ano passado. Tributos relevantes, como o ICMS sobre energia elétrica, tiveram um impacto substancial, especialmente após o aumento nas alíquotas", afirma Amaral.
O Impostômetro é uma ferramenta que exibe em tempo real o valor total de impostos arrecadados no Brasil.