
O Instituto Tecnologico do Paraná (Tecpar) acaba de colocar em funcionamento a sua prototipadora. O nome é complicado, mas o equipamento deve facilitar a vida de empresas incubadas em universidades locais e na Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec). Apelidada de "impressora 3D", a máquina produz, por meio de projetos virtuais, peças e componentes de plástico que servem como protótipos para empresas de tecnologia, simulando o processo de fabricação de determinados produtos.
A prototipadora foi comprada no fim de 2011 pelo Tecpar, mantenedor da Intec, em conjunto com outras quatro incubadoras paranaenses, e o aparelho começou a operar semanas atrás. Criado em 1940, o Tecpar é uma empresa pública vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
No Paraná, há apenas uma máquina semelhante a essa, que fica no Senai Centro Tecnológico de Maringá (CTM) o aparelho chegou à instituição no começo deste ano. Nos demais estados, também são poucas as unidades de prototipadoras. Boa parte delas está em centros de tecnologia ou em pequenas fabricantes que abastecem empresas menores dependentes dos protótipos. Outro caso é o de grandes empresas, como por exemplo do setor automobilístico, que têm impressoras 3D em suas sedes.
De acordo com Jorge Takeda, gerente da Intec, a compra do aparelho era uma demanda das empresas incubadas, necessária para uma fase mais prática do processo de desenvolvimento de novos produtos e tecnologias. "Essa máquina não serve para a produção em série de peças ou equipamentos, mas justamente para a criação de protótipos, que podem ajudar as empresas incubadas a ter uma noção melhor do que está sendo feito. Além disso, pela velocidade do equipamento as peças ficariam prontas em algumas horas , ele dá mais agilidade ao processo de desenvolvimento", diz Takeda.
Segundo ele, os investimentos na compra da máquina, importada dos Estados Unidos, e em seu uso ficam entre R$ 150 mil e R$ 200 mil, e fazem parte de um projeto maior do Tecpar: o Fab Lab (laboratório de fabricação, em inglês).
"A atividade da prototipadora é uma parte importante deste início de operação do Fab Lab, que prevê ainda a compra de outros equipamentos, no contexto que envolve o processo de inovação atualmente, orientado pela necessidade de um desenvolvimento rápido de conceitos e produtos", diz Takeda. Segundo ele, uma máquina voltada à produção de pequenas peças e placas para a eletrônica, no modelo conhecido como Pick and Place, também deve ser licitada em breve.
Empresa dispensou serviço terceirizado
Recém-instalada, a prototipadora do Tecpar já está em atividade. A primeira empresa a experimentar a novidade foi a EngeMovi, incubada na Intec, que produz equipamentos mecânicos e eletrônicos para o setor industrial.
Semanas atrás, a empresa produziu uma peça de pouco menos de 2 centímetros cúbicos voltada a geradores que transformam energia eólica em elétrica. Com o protótipo em mãos, o diretor técnico da EngeMovi, Walter Kopp, ressalta a oportunidade de, com a máquina, poder ter uma sensibilidade "real" dos produtos que desenvolve.
"É uma das possibilidades que a prototipadora oferece: tornar o conceito virtual que temos em algo físico. Ela ainda nos permite verificar a funcionalidade das peças, seu encaixe, seu uso em um equipamento maior. Uma terceira função seria, de acordo com a necessidade que temos, até a de fabricar determinado produto em pequena escala", afirma Kopp.
Até ano passado, a EngeMovi terceirizava essas atividades para fornecedores de São Paulo, Santa Catarina e até da Alemanha, no que poderia significar até seis meses de espera pelo produto. "Agora são apenas algumas horas. E a máquina está praticamente em casa, a menos de dez passos do nosso escritório", diz.



