Mais de 70 milhões de brasileiros estão inadimplentes, segundo números da Serasa Experian. É o maior número desde o início da série histórica, em 2016. São mais de 252,1 milhões de dívidas não pagas, que correspondem a R$ 323,3 bilhões, que equivalem, aproximadamente ao PIB de Santa Catarina, o sexto maior entre as unidades da federação.
O principal responsável pelo crescimento na inadimplência, de acordo com Luiz Rabi, economista-chefe da Serasa Experian, foi o aumento da inflação, que, entre setembro de 2021 e julho de 2022, rodou acima dos 10% ao ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A alta nos preços causou um estrago no poder de compra dos consumidores”, diz ele.
Nos últimos cinco anos, as dívidas passaram a pesar mais no bolso dos brasileiros. Elas ficaram, em média, 27% mais caras, atingindo R$ 4.621,30. “Ficou mais difícil sair da inadimplência porque os salários não acompanharam a inflação nos últimos anos”, afirma Rabi.
No Brasil, 43% da população em idade adulta está negativada no Serasa e em pelo menos quatro unidades da federação, o percentual de inadimplentes supera a metade da população adulta. É o caso do Amazonas, Rio de Janeiro, Amapá e Distrito Federal. O grupo reúne UFs cuja renda per capita está estagnada.
As negativações estão ganhando força no setor financeiro. Elas respondiam por 36,6% do total em janeiro de 2021 e, dois anos depois, já correspondiam por 45,7% do total. É um número também detectado pelo Banco Central. O peso da inadimplência passou, no período, de 2,15% do total da carteira de crédito para 3,19%.
Para tentar conter este quadro, a Serasa Experian e mais de 400 empresas estão realizando um mutirão, até 31 de março, de renegociação e quitação de dívidas.
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