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Contas Atrasadas

Inadimplência do consumidor cresceu 19% no 1.º semestre

Das agências

A inadimplência do consumidor terminou o primeiro semestre com alta de 19,1% na comparação com os seis primeiros meses do ano passado, informou ontem a Serasa Experian, especializada em análise de crédito. Em junho, o Indicador de Inadimplência do Consumidor subiu 15,4% em relação ao mesmo mês de 2011. Houve, no entanto, queda de 0,5% sobre o índice de maio.

De acordo com a empresa, a renda do consumidor está comprometida principalmente com dívidas caras, como cheque especial e rotativo do cartão de crédito, e de altos valores, como financiamento de veículos e imóveis. Em média, cada inadimplente carrega quatro dívidas não honradas e 60% têm compromissos acima de 100% da sua renda mensal.

"Houve descontrole e o resultado é esse. O consumidor vem se endividando desde 2010, e com prazos longos", analisou Carlos Henrique de Almeida, economista da Serasa Experian. Para ele, a inadimplência fechará o ano com um patamar alto, mas abaixo do registrado hoje.

As medidas tomadas pelo governo para estimular o consumo não estão surtindo efeito nas vendas do varejo, segundo Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume de vendas do varejo caiu 0,8% em maio ante abril, o maior recuo desde novembro de 2008. No Paraná, a queda foi ainda mais acentuada, de 1,6%.

"O governo vem tentando resolver o problema da crise da mesma forma como enfrentou em 2008 e que deu certo. Só que agora tem um ingrediente que não tinha antes, que é o alto nível de endividamento do consumidor. O que os economistas dizem é que dessa vez a saída não é consumo, é investimento", afirmou Pereira.

Na avaliação do pesquisador, além do comprometimento de renda das famílias, o quadro de desaceleração da economia também afetou o humor para o consumo. "Essa queda nas vendas na margem está de acordo com a atual conjuntura de uma desaceleração na atividade econômica. A indústria já apresentou dados de queda. As projeções para o PIB já vêm caindo, já se fala em crescimento de 2%, tem analista falando até em 1,5%", lembrou Pereira.

No entanto, o IBGE ressalta que o resultado não pode ser encarado como uma tendência de inflexão nas vendas do varejo, por ser um indicador volátil. Na comparação com maio de 2011, ainda houve aumento de 8,2% nas vendas em maio deste ano, na média brasileira. No Paraná, o aumento é ainda maior, de 11,3%.

No varejo ampliado – outro índice, mais completo, que inclui as atividades de veículos, motos e material de construção –, o volume de vendas aumentou 4,2% em relação a maio do ano passado no Brasil e 7% no Paraná. O comportamento positivo foi constatado em oito das dez atividades acompanhadas no estado, com destaque para os ramos de artigos de uso pessoal e doméstico (30,2%), artigos farmacêuticos e de perfumaria (24,0%), hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (14,4%), combustíveis e lubrificantes (12,4%), tecidos, vestuário e calçados (10,2%) e material de construção (7,8%).

"As estatísticas levantadas comprovam a preservação do dinamismo do comércio varejista regional, apesar dos sinais evidentes de desaceleração da economia brasileira", avalia Gilmar Mendes Lourenço, presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). De acordo com Lourenço, os números são alavancados por três razões principais: a expansão do mercado de trabalho no estado, o avanço da construção civil e a restauração dos patamares de renda das atividades do agronegócio.

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