Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Pecuária

Indústria ameaça reduzir frango em 30%

A indústria de frango anunciou ontem, em Curitiba, que pode reduzir em até 30% a produção nacional e recusar contratos de exportação para evitar falta de milho em março de 2008. O setor afirma que a alta no preço do cereal, que foi de 50% nos últimos cinco meses, põe em dúvida a existência de estoque suficiente para o consumo interno no início da próxima safra.

Não existem estatísticas seguras sobre os estoques públicos e privados, reclamou o presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA) na Região Sul, Domingos Martins. Ele disse esperar que a redução na produção de frangos pressione a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a divulgar números precisos.

A Conab nega risco de falta de milho no mercado interno. O diretor de Gestão de Estoques, Rogério Colombini, afirma que existe cerca de 1 milhão de toneladas nos estoques públicos e de 8 a 12 milhões nos estoques privados. "O abastecimento de milho estará garantido até o início da próxima safra, em fevereiro."

Martins afirma que a indústria de frango acendeu sinal de alerta porque, além da elevação dos preços e da suspeita de estoque baixo, o plantio de milho começou com atraso de até um mês por causa da estiagem. Isso significa que a colheita também deve ser iniciada mais tarde. Ele disse que o setor não quer ver os frangos passarem fome e deve começar a abater matrizes.

O anúncio ocorreu depois de reunião com representantes de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estados que representam dois terços da produção de frango. A sugestão de redução de 30% na produção será levada para as indústrias.

O diretor da Unifrango, que reúne 19 empresas do setor no Paraná, Pedro Henrique de Oliveira, confirmou redução no abate, sem precisar um porcentual. "Vamos também rever investimentos."

A Unifrango acabara de anunciar a antecipação de um investimento de R$ 40 milhões, para dar início à construção de um frigorífico de R$ 120 milhões em Apucarana. Só um terço dos R$ 40 milhões serão aplicados por enquanto, disse Oliveira.

A dúvida em relação aos estoques de milho está relacionada à ampliação das exportações, que foram de 4 milhões de toneladas em 2006 e devem passar de 12 milhões neste ano. Os criadores de aves e suínos estão pagando R$ 28,50 o saco de 60 quilos no Paraná, o dobro do preço do primeiro semestre. O milho representa 65% da alimentação desses animais.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.