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conjuntura

Indústria dá sinais de recuperação em agosto

Segundo o IBGE, todas as categorias apresentaram crescimento na produção ante o mês de julho, com resultado geral de 1,5%. Em três meses, o setor acumula 2,3% de avanços

Fábrica da Fiat, em Minas Gerais: setores beneficiados pela isenção de IPI influenciaram produção industrial brasileira | Divulgação/Fiat
Fábrica da Fiat, em Minas Gerais: setores beneficiados pela isenção de IPI influenciaram produção industrial brasileira (Foto: Divulgação/Fiat)

A indústria parece ter engatado uma recuperação em agosto ante julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além da taxa de crescimento ter sido maior que a verificada nos dois meses anteriores, houve crescimento mais disseminado entre os segmentos pesquisados. "Todas as categorias de uso e 20 das 27 atividades mostraram crescimento na produção, em direção contrária ao que se tinha observado em meses anteriores", notou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. Houve uma melhora, principalmente, nos segmentos beneficiados pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Para a LCA Consultores, o crescimento da indústria brasileira em agosto foi o mais disseminado desde março de 2010. Segundo a consultoria, o índice de difusão da expansão na indústria em agosto ficou em 74,1%, na série dessazonalizada, e representa a taxa mais elevada em 29 meses. A taxa supera a média do mês anterior (48,15%) e também a média histórica de 54,2%, considerando um intervalo entre 1991 e 2011.

Em agosto ante julho, a produção de bens de capital subiu 0,3%, os bens intermediários aumentaram 2,0%, os bens de consumo duráveis tiveram expansão de 2,6%, enquanto os bens de consumo, semi e não duráveis avançaram 1,2%. "A melhora do comportamento da produção industrial se dá na margem da série. Mas ainda há espaço para ser recuperado, à medida que, no confronto com 2011, o setor industrial como um todo ainda mostra perdas importantes: uma queda de 2% no confronto com agosto de 2011 e uma queda de 3,4% no acumulado do ano", apontou o gerente do IBGE.

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a melhora do setor é visível. "Estamos deixando para trás a condição pior para a indústria. A indústria vem de um primeiro semestre fraco, mas está dando sinais de reação. Já há vários elementos". O ministro não quis falar sobre a nova projeção do Banco Central de apenas 1,6% para o crescimento do Brasil neste ano. Em junho, o ministro havia dito que projeção semelhante de um banco suíço era uma "piada".

Desoneração

Os segmentos beneficiados com a redução do IPI foram os principais responsáveis pela melhora na produção nacional. No bimestre de julho e agosto em relação ao mesmo período do ano passado, os bens duráveis reduziram as perdas para 1,2% (no segundo trimestre, a queda tinha sido de 7,1%, e, no primeiro trimestre do ano, houve recuo de 11,6%). No mesmo período, os automóveis tiveram expansão de 4,8%, enquanto os eletrodomésticos avançaram 5,9%, puxados pela linha branca, que teve aumento de 23,4%. O setor mobiliário teve expansão de 7,6%.

Mas nem todo mundo anda bem. A produção de automóveis cresceu 6,5% em agosto deste ano em relação a agosto do ano passado. No entanto, a fabricação de caminhões recuou 35,4% no mesmo período, fazendo com que o segmento de veículos automotores registrasse uma perda de 11,2%. A queda na produção de caminhões é explicada pela desaceleração da economia, mas também de setores estratégicos, como o extrativo e a construção civil.

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