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Emprego

Indústria demite pelo 2.º ano seguido

Contingente de funcionários no parque industrial brasileiro caiu 1,1% em 2013, após ter recuado 1,4% em 2012, diz o IBGE

O número de postos de trabalho na indústria da madeira recuou quase 5% no país | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
O número de postos de trabalho na indústria da madeira recuou quase 5% no país (Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo)

A indústria fechou postos de trabalho pelo segundo ano consecutivo. O número de funcionários ocupados no parque industrial do país caiu 1,1% em 2013, após já ter recuado 1,4% em 2012, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada ontem.

INFOGRÁFICO: confira quanto foi a redução dos postos de trabalho na indústria

O mau resultado acompanha o cenário de baixo dinamismo da produção industrial, segundo Fernando Abritta, economista da Coordenação de Indústria do IBGE. "Enquanto a produção não crescer de forma consistente, o [resultado do] emprego industrial vai ficar em torno de 0% ou um pouco negativo", afirmou.

O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria também recuou no ano (-1,3%). Como a produção industrial cresceu (1,2%) no período, a produtividade do trabalho no setor aumentou 2,4% em 2013, recuperando a queda de 0,6% observada em 2012, segundo cálculos do economista Rafael Bacciotti, analista da Tendências Consultoria Integrada.

Produtividade

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) atentou, entretanto, que esse ganho de produtividade não foi o chamado "virtuoso", aquele que ocorre quando as horas trabalhadas na indústria aumentam, mas a produção cresce ainda mais.

"No entanto, esse é o principal ajuste que a indústria brasileira fez em 2013 e, ao que parece, vai continuar em 2014 – pelo menos nos seus primeiros meses. O que pode complicar mais o cenário do emprego industrial é que a produção veio perdendo ritmo ao longo do ano passado e fechou 2013 com forte retração", disse o Iedi, em nota.

No ano passado, os setores que mais dispensaram trabalhadores foram o de calçados e couro, madeira, outros produtos da indústria de transformação, máquinas e equipamentos, vestuário, produtos têxteis, produtos de metal e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações.

"A produção industrial aumenta em 2013, mas muito apoiada em bens de capital, que não é um setor intensivo de mão de obra. O setor de bens de consumo não duráveis, que é mais intensivo em mão de obra, teve recuo na produção no ano e também foi onde o pessoal ocupado caiu", justificou Abritta.

Apenas a folha de pagamento permaneceu em crescimento em 2013, mas a expansão foi bem mais moderada, de 1,2%, após um avanço de 4,4% registrado em 2012.

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