
A produção industrial paranaense registrou alta de 5% de janeiro a outubro, segundo a Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem. O setor que mais puxou o resultado foi o de veículos automotores caminhões e carros (3,62%). Em seguida vêm os segmentos de máquinas e equipamentos (1,34%), refino de petróleo e produção de álcool (0,32%), minerais não metálicos (0,31%) e produtos químicos (0,26%) este último explicado pelo aumento da fabricação de máquinas voltadas à produção de celulose, de acordo com o IBGE.
INFOGRÁFICO: Produção de veículos representa 70% do crescimento acumulado deste ano
Na contramão, o setor que mais registrou queda foi o de edição, impressão e reprodução (-98%), pressionado pela redução na produção de materiais impressos, como livros e apostilas didáticas. Na comparação entre outubro de 2013 e 2012, o estado registrou alta de 13%, ocupando a segunda melhor posição entre as 14 regiões analisadas pelo IBGE. Como no acumulado do ano, o setor mais representativo foi o de automóveis. O Paraná, junto com Rio Grande do Sul (14,5%) e Ceará (11,8%), faz parte da tríade de estados com crescimento na casa de três dígitos.
Para o economista da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP) Roberto Zurcher, o cenário do estado é positivo porque no ano passado a indústria teve um desempenho ruim. "Realmente podemos dizer que a economia paranaense está reagindo bem, principalmente a indústria. Mas devemos ter como ponto de partida o que aconteceu no ano passado. Nossa base é deprimida", conta.
Pior da série
A indústria, em 2012, apresentou queda de 4,8% o pior resultado da série histórica desde 1998. Em dezembro daquele ano a retração foi de 28,3%. Os motivos do baixo desempenho foram a parada de oito semanas da fábrica da Renault e a queda de 17% nas vendas de caminhões da Volvo. "Foi por isso que a produção de carros e de caminhões demonstrou maior crescimento, pois sofreu muito no ano passado", relata Zurcher.
Neste ano, o setor de veículos também foi impulsionado pela safra recorde de grãos de 2013 (36,7 milhões de toneladas, 17,7% superior a do ano passado), que movimentou a comercialização de caminhões agrícolas. Só as vendas da Volvo para o mercado interno aumentaram 45%.
Maior que o Brasil
O ritmo de crescimento do Paraná é 3,4% superior ao registrado na indústria nacional (1,6%). "Essa performance, determinada por alguns setores chave da nossa economia, mostra que a indústria está em fase de recuperação", diz Ana Silvia Martins Franco, economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Brasil cresce de forma tímida
No acumulado do ano o Brasil cresceu 1,6%, resultado puxado por Rio Grande do Sul (6,4%), Paraná (5,0%), Bahia (4,9%), Goiás (4,3%), Ceará (3,8%), Santa Catarina (2,1%), São Paulo (1,8%), Amazonas (1,7%), Região Nordeste (1,2%) e Rio de Janeiro (0,8%).
Para Rodrigo Lobo, pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), o crescimento, apesar de tímido, mostra uma leve recuperação, que deve continuar no próximo ano. "Isso mostra que o Brasil está se recuperando das perdas de 2012 e que a indústria está retomando o fôlego", relata.
O crescimento nacional foi influenciado, principalmente, pelo aumento da fabricação de bens de capital e de consumo duráveis, da produção de refino de petróleo e álcool e dos setores têxtil, de calçados, de couro e de alimentos. O estado que mais recuou na produção foi o Espírito Santo (-7,5%), seguido por Pará (-6,6), Minas Gerais (-0,8) e Pernambuco (-0,1).
Na comparação entre outubro de 2013 e 2012, o Rio Grande do Sul também foi o que mais cresceu, com alta de 14,5%, seguido do Paraná (13,0%), Ceará (11,8%), Santa Catarina (4,9%) e Amazonas (1,9%). Os estados de São Paulo e Pernambuco apresentaram alta tímida de 0,5% e 0,2%, respectivamente. No acumulado, houve recuo no Espírito Santo (-8,5%), Bahia (-2,8%), Rio de Janeiro (-2,6%), Região Nordeste (-2,4%), Pará (-1,9%), Goiás (-1,1%) e Minas Gerais (-0,2%).



