O presidente da União Industrial Argentina (UIA), José de Mendiguren, considerou nesta quinta-feira (18) "exagerada" a queixa de seus colegas brasileiros sobre a exigência aos importadores argentinos de apresentar uma declaração juramentada antes de os produtos entrarem no país.
"Me parece, pelo menos, exagerada", respondeu Mendiguren ao ser consultado sobre a reação dos exportadores brasileiros, e afirmou que "na crise que hoje o mundo está vivendo, não conheço um só país que não administre seu comércio".
O presidente da poderosa associação patronal destacou o importante fluxo comercial bilateral e o alto superávit brasileiro e afirmou que "essas cifras não convalidam o tamanho da queixa brasileira".
"O Brasil leva mais de 80 meses de uma balança comercial favorável e as exportações do Brasil para a Argentina cresceram acima dos 25% no último período", afirmou.
A Argentina é o terceiro parceiro comercial brasileiro, com um volume de trocas bilaterais de cerca de 33 bilhões de dólares em 2010, que resultou deficitário para o governo de Buenos Aires em mais de 4 bilhões de dólares.
As críticas brasileiras foram geradas pela decisão do governo argentino de exigir a partir de 1 de fevereiro uma declaração juramentada para todas as operações de compras externas. A medida ainda não foi regulamentada e ainda não se sabem os dados que serão exigidos na apresentação.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) do Brasil considerou que se trata de uma "barreira imposta pelo governo argentino" que prejudica o país e "pode reduzir as exportações brasileiras".
Apesar do apoio dado à medida, Mendiguren advertiu que "tem que ser transparente e previsível porque muitos setores industriais argentinos, ainda, precisam do insumo importado para manter o nível de produção".
Em 2011, Brasil e Argentina se viram confrontados pela implementação de licenças não automáticas de importação, que geraram rusgas entre as maiores economias do Mercosul.
O governo do Uruguai, integrante do bloco junto ao Paraguai, anunciou que está analisando a medida e eventuais respostas.
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