A inflação sentida pelas famílias de baixa renda em abril, de 1,28%, foi a mais intensa para um mês de abril desde 2004. A informação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz. Ontem a fundação divulgou o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), que mede o impacto de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos. "Mesmo com o recuo na comparação com março (quando subiu 1,40%, a mais intensa da série histórica, iniciada em 2004) o IPC-C1 continua com taxa elevada", comentou o economista.
Pela segunda vez consecutiva, os alimentos foram a principal contribuição para a formação da taxa. O técnico da fundação lembrou que as famílias de baixa renda gastam em torno de 40% de seu orçamento mensal na compra de comida. Embora tenham mostrado inflação menos intensa (de 3,31% para 2,52%) entre março e abril o que ajudou a diminuir o ritmo de avanço do IPC-C1 no período , os produtos alimentares ainda mostram taxa expressiva de elevação de preços, na avaliação de Braz. "Os alimentos deveriam estar desacelerando muito mais", afirmou.



