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Preços

Inflação de março foi a menor dos últimos 15 anos

Demanda retraída pela crise, estabilidade no valor da gasolina e redução do IPI foram alguns dos fatores que contribuíram para o bom comportamento do IPCA

Rio de Janeiro e São Paulo - Os preços dos produtos não-alimentícios, incluindo gastos com educação, desaceleraram a alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou de alta de 0,55% em fevereiro para alta de 0,20% em março, o menor índice para o mês desde 1994. No primeiro trimestre, o IPCA – usado pelo governo para traçar as metas de inflação do país – acumula alta de 1,23% e em 12 meses, de 5,61%. Com a desaceleração do índice, abre-se mais espaço para que o Comitê de Política Monetária (Copom) continue reduzindo os juros básicos da economia, a taxa Selic.

Os custos da educação foram os que mais influenciaram na redução da inflação em março. Em fevereiro a alta do setor havia chegado a 4,77%. No mês passado, houve deflação de 0,37%.

O desempenho comportado da inflação no primeiro trimestre deste ano foi favorecido pela demanda contida pela crise, pela estabilidade no preço dos combustíveis e pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis novos, segundo a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. No primeiro trimestre, houve queda de 4,58% nos preços dos automóveis novos e recuo de 4,91% nos preços de carros usados.

Além disso, alguns produtos importantes nas despesas com alimentação também registraram deflação no período, como carnes (-4,70%), tomate (-18,90%), feijão carioca (-12,92%) e arroz (-3,87%). Já o preço da gasolina ficou praticamente estável (0,04%) entre janeiro e março.

Retomada

Para a economista do Banco Santander Tatiana Pinheiro, o IPCA deve, a partir de abril, voltar a mostrar taxas um pouco maiores, entre 0,40% a 0,50%. Para abril, Tatiana disse que o aumento já esperado dos preços dos medicamentos e do cigarro, além de alguns reajustes de tarifas de energia elétrica já concedidos em algumas capitais, devem ser captados pelo indicador do IBGE.

Destacou também que o próprio reajuste no salário mínimo que o governo concedeu ainda em fevereiro trará impacto ao IPCA. "Passamos por uma sazonalidade favorável para a inflação em março e, agora a inflação deve ficar no patamar de 0,40% a 0,50% ao mês", comentou.

Para 2009, a economista afirmou que o Santander continua com uma projeção de alta de 5% para o IPCA acumulado no final de dezembro. Essa projeção é mais conservadora do que aquela feita por boa parte do mercado, uma vez que, na pesquisa Focus do Banco Central, a mediana das estimativas aponta para uma inflação de 4,26%.

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