
A deflação chegou ao fim no IGP-M. O índice subiu 0,25% em janeiro, após queda de 0,12% em dezembro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). A taxa acumulada do IGP-M é muito usada no cálculo de reajustes de aluguel. Até janeiro, o indicador acumula alta de 4,53% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo do IGP-M deste mês foi do dia 21 de dezembro a 20 de janeiro.
A perda de ritmo na queda do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), de -0,48% em dezembro para -0,07% em janeiro, foi a principal responsável pela volta do IGP-M ao campo positivo em janeiro, disse o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros. Dentro do IPA, ele destacou os preços agropecuários, que avançaram 1,10% em janeiro, depois de cederem 0,82% no mês passado.
Na avaliação de Quadros, o aumento nos preços das commodities agrícolas registrado no IGP-M de janeiro praticamente está concluído e não deve ser visto como uma tendência de alta, a ponto de impulsionar mais o IPA Agropecuário. "Reflete a perspectiva de escassez dos produtos agrícolas e não deve ser encarado como um novo ciclo de aumento, e sim como um choque de oferta. O ajuste principal dos preços já deve ter acontecido", disse.
Quadros acredita que o IGP-M tem espaço para desacelerar nos próximos dois meses, mas ressalta que essa estimativa não sinaliza uma inclinação. Segundo ele, a alta de 0,25% no IGP-M de janeiro deve servir de referência para os resultados efetivos de fevereiro e março. "As chances de termos uma taxa de 1,18% como o verificado em fevereiro de 2011 é remota, mas o IGP-M não deve voltar a cair", completou.
Além da expectativa de acomodação nos preços das commodities agrícolas, o coordenador de Análises Econômicas da FGV estima que a expectativa de arrefecimento nos preços ao consumidor também pode permitir um IGP-M nos moldes do registrado em janeiro. Isso porque ele acredita que o pior momento de alta do segmento Educação tenha sido registrado este mês. Em janeiro, Educação, Leitura e Recreação subiu 3,33%, ante 0,44% em dezembro.
"O mês de maior impacto dos preços de Educação é janeiro. Portanto, em fevereiro devemos observar um cenário um pouco melhor nesses preços. E a sazonalidade mais forte para os alimentos é agora. Por isso, os preços também devem desacelerar", disse, ressaltando que o grupo Alimentação repetiu em janeiro a mesma alta registrada em igual mês de 2011, de 1,47%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), por sua vez, teve elevação de 0,97% neste mês, contra 0,71% em dezembro.



