Atualizado em 21/11/2006, às 20h48
A inflação pelo Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) acelerou para 1,02% em novembro, ante 0,21% em outubro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira. A alta este mês segue a tendência já verificada em outros índices de preços, especialmente por causa da pressão de produtos agrícolas.
O Índice de Preços por Atacado (IPA) - que tem o maior peso no índice - avançou 1,45%, depois da alta de 0,26% em outubro. Os preços dos produtos agrícolas subiram 5,42% no atacado, contra 2,08% no mês anterior. Os produtos industriais tiveram alta de 0,21%, contra deflação de 0,29% em outubro.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação de 0,20%, frente à alta de 0,10% no mês anterior.
" Segundo economistas, a tendência de alta dos preços é temporária e não ameaça o cumprimento da meta de inflação deste ano. Mas acende um sinal de alerta sobre 2007 "
"O grupo Alimentação foi a classe de despesa que mais contribuiu para a aceleração do IPC'', apontou a FGV. Os preços desse grupo aumentaram 0,63%, depois de terem caído 0,36% em outubro.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,23%, ante avanço de 0,14% em outubro.
O IGP-10 é calculado com a mesma metodologia do IGP-M, que é usado para corrigir contratos de aluguel e das tarifas de energia elétrica. Porém o período de apuração é diferente, tendo como base os preços coletados entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
No ano, o IGP-10 acumula alta de 3,56%. Nos últimos 12 meses, o avanço é de 3,62%.
Copom
Segundo economistas, a tendência de alta dos preços é temporária e de forma alguma ameaça o cumprimento da meta de inflação deste ano medida pelo IPCA, que é de 4,5%. Todas as previsões indicam que a inflação fechará o ano abaixo do centro da meta. E também não significaria maiores riscos para o cumprimento da meta de 2007, que também é de 4,5%.
A alta superior a 5% nos preços agrícolas no atacado em novembro depois de outra alta na casa de 2% em outubro é vista como uma correção depois de quedas expressivas ao longo dos últimos 12 meses. Mas pode acender um sinal de alerta no Banco Central, que poderia começar a considerar uma desaceleração no ritmo de queda dos juros básicos para observar o comportamento da inflação e da demanda nos próximos meses, de forma a não estimular qualquer ameaça ao cumprimento da meta de 2007.
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne na semana que vem e a previsão do mercado, ponderada em pesquisa do BC feita na semana passada - é de corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros.
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