Os bancos tomaram 530 bilhões de euros na segunda oferta de financiamentos de três anos do Banco Central Europeu (BCE) nesta quarta-feira, levemente acima das previsões, aumentando as esperanças de que, com mais crédito fluindo para empresas e governos, os custos dos empréstimos vão diminuir ainda mais.
Um total de 800 bancos pegou dinheiro emprestado nessa operação, com a demanda excedendo os 500 bilhões de euros esperados por operadores consultados pela Reuters e bem acima dos 489 bilhões de euros alocados na primeira operação do BCE no final de dezembro.
"Isso aumentará muito o nível de excesso de liquidez, que finalmente está positivo ou muito positivo para operações de risco", disse Luca Cazzulani, do UniCredit. "Os títulos italianos e espanhóis devem se beneficiar disso assim como os mercados de ações."
Os empréstimos de três anos são a última tentativa do BCE para combater a crise da zona do euro.
O presidente do BCE, Mario Draghi, cujo país natal, a Itália, estava no epicentro da crise quando o banco anunciou a medida no final do ano passado, disse que após a primeira das operações, conhecidas como LTROs, "uma grande, grande crise de crédito" havia sido revertida.
Os bancos usaram grande parte do 489 bilhões de euros que pegaram emprestado na primeira vez para cobrir dívidas que estavam vencendo. Draghi os incentivou a emprestar o dinheiro que pegaram na operação desta quarta-feira para famílias e empresas, ajudando a melhorar o crescimento da economia.
Autoridades do BCE esperam que os bancos também usem o dinheiro para comprar títulos de alto rendimento mais agressivamente, especialmente os da Itália.
A evidência preliminar sugere que os bancos, especialmente na Espanha, mas também na Itália, usaram o primeiro LTRO para fazer mais da "operação Sarkozy" -um termo adotado pelos mercados após o presidente da França sugerir que os governos olhassem para o vigor dos bancos com o dinheiro do BCE para comprar os seus títulos.
Os bancos espanhóis compraram 23,1 bilhões de euros de títulos do governo no mês passado e os italianos, 20,6 bilhões de euros, ambas altas recordes.
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