• Carregando...
Equipamento que monitora carga viral em pacientes soropositivos é semelhante a um pen-drive | Divulgação/Imperial College-DNA Eletronics
Equipamento que monitora carga viral em pacientes soropositivos é semelhante a um pen-drive| Foto: Divulgação/Imperial College-DNA Eletronics

E se você pudesse medir a quantidade de HIV em seu sangue de maneira tão fácil quanto verifica seu peso na eu uma balança no banheiro ou mede sua pressão em um equipamento caseiro?

Essa é a visão de uma equipe de cientistas do Imperial College de Londres e da DNA Electronics, que anunciaram há uma semana um dispositivo potencialmente revolucionário para detectar a carga viral de HIV em um paciente.

O dispositivo descartável, que se parece muito com um pen-drive de memória com USB, daqueles que se usa para mover arquivos de computador para computador, é baseado em um chip de telefone celular. Ele usa uma gota de sangue para determinar a quantidade de vírus nele. Em seguida, cria um sinal elétrico que pode ser lido pelo seu laptop ou outro dispositivo.

Leia mais sobre inteligência artificial e novas tecnologias

A tecnologia, se aperfeiçoada, poderia eventualmente ajudar a identificar a presença de todos os tipos de invasores em seu sangue, do vírus da hepatite à presença de infecção bacteriana ou fúngica. Os pesquisadores também estão testando maneiras de o dispositivo detectar se você se tornou resistente a certos antibióticos -- o que, se tiver sucesso, será um grande avanço na guerra contra as superbactérias.

Se você tem acompanhado o noticiário de saúde ao longo dos anos, provavelmente sabe que existe um kit de teste para o HIV para levar para casa. Então, de que forma o USB é diferente?

A resposta é que o kit mede os anticorpos do HIV, o que pode dizer se você está infectado, mas não sinalizar a quantidade de vírus em seu corpo -- um número que mostra o agravamento da doença ao longo do tempo. As pessoas que são soropositivo monitoram seus níveis virais constantemente para que saibam se a medicação está funcionando ou se é hora de mudar os medicamentos. O objetivo para a maioria delas é manter a carga perto de zero e, graças a uma nova geração de drogas, aqueles que conseguem isso podem viver quase tanto quanto as pessoas sem HIV.

Curta a página Direto para o Futuro no Facebook

Graham Cooke, um dos autores do estudo e cientista clínico do Departamento de Medicina de Imperial, explicou que o pen-drive poderia ajudar os soropositivos a monitorarem a sua carga viral mais regularmente. Normalmente, eles têm que ir a um médico ou uma clínica para tirar sangue, em seguida esperar enquanto essa amostra faz o seu caminho até um laboratório central de testes e os números são relatados de volta.

“Hoje, os testes geralmente exigem equipamentos caros e complexos e podem levar alguns dias para mostrar um resultado. Nós assumimos o trabalho feito por este equipamento, que é do tamanho de uma grande fotocopiadora, e encolhemos ao tamanho de um chip de USB”, diz Cooke.

A pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, está nos estágios iniciais, por isso ainda há um certo caminho até que o dispositivo esteja disponível para os consumidores. Mas os resultados são muito promissores: em 991 amostras de sangue o aparelho foi capaz de determinar a quantidade de vírus com 95% de precisão. E isso levou, em média, apenas 20,8 minutos.

DNA

A ideia por trás do USB do HIV -- de capacitar os consumidores a acessar informações sobre si mesmos que anteriormente eram difíceis ou mesmo impossíveis de obter -- é uma noção sedutora promovida por várias empresas proeminentes. Uma, a 23andMe, quer ajudar as pessoas a entender seu próprio DNA. Outra, a Theranos, prometeu, mas não entregou uma tecnologia rápida e barata que iria permitir que as pessoas não precisassem mais de médicos para testes de laboratório.

Cooke especula que o aparelho possa ser especialmente benéfico para as pessoas em locais remotos, onde ter acesso a uma clínica pode ser difícil.

Uma das descobertas mais legais sobre DNA nas últimas duas décadas é que ele pode conduzir uma corrente elétrica. Esta descoberta desencadeou inúmeros projetos para explorar se o material poderia nos ajudar a criar circuitos menores, mais rápidos e mais eficientes em termos energéticos que superem as limitações da eletrônica baseada em silício.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]