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Intenção de consumo das famílias cai pelo sexto mês seguido, diz CNC

No menor nível da série, pesquisa sugere continuidade de vendas fracas do comércio

Com inflação elevada, crédito mais caro e desemprego em alta, a intenção de consumo das famílias brasileiras caiu pelo sexto mês seguido em julho e atingiu 86,9 pontos, o menor nível da série histórica, iniciada em 2010, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (22) pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Frente a junho, houve recuo de 5,3%, a sexta queda seguida. Na comparação com julho de 2014, a perda foi de 27,9%. O estudo da CNC é um indicador que aponta as perspectivas de vendas do comércio varejista nos próximos seis meses. Resultados abaixo de 100 pontos indicam pessimismo.

“Temos um quadro de inflação muito alta e acesso mais difícil ao crédito, com custo maior, desde o ano passado. Este ano, se soma a este cenário uma deterioração muito rápida do emprego, que afeta as intenções de consumo das famílias. É uma situação que se agravou”, explica a assessora econômica da CNC Juliana Serapio.

O pior componente do indicador se refere à aquisição de bens duráveis, que são muito dependentes do custo e das condições de acesso a crédito. O dado registrou recuo de 8,4% em relação a junho, para 59,8 pontos, e queda de 43,4% frente a julho de 2014.

“Bens duráveis como geladeiras e móveis dependem muito de crédito porque são produtos mais caros. Só que o patamar de juros está muito alto e os bancos não estão oferecendo muito crédito. Nas vendas do varejo, o pior desempenho tem sido registrado nesse segmento”, afirma Juliana.

A avaliação sobre o acesso ao crédito também não vai bem. O indicador caiu 7% entre junho e julho, para 85 pontos, e 34,4% entre julho de 2014 e julho de 2015. Quase metade dos entrevistados (44%) apontaram que está mais difícil conseguir crédito, enquanto apenas 29% disseram que está mais fácil.

Otimismo

Houve piora também na avaliação sobre o consumo atual. O nível caiu 4,4% em relação a junho e chegou a 67,2%. Frente a julho de 2015, a queda foi de 32,5%. Para 51,5% dos entrevistados, o consumo está menor que antes, enquanto 29,5% dizem estar igual.

Quando se observa a intenção de consumo das famílias, o Nordeste é a região mais otimista, enquanto o Sudeste é a mais pessimista. No Nordeste, houve queda de 4,6% frente a junho, mas o nível ainda se mantém acima dos 100 pontos — indicador de otimismo —, em 104,5 pontos. No Sudeste, o recuo foi de 5,7% em relação a junho, para 75,4 pontos. A única região a registrar alta no indicador foi a Norte, embora pequena, de 0,2% frente a junho, para 95,1 pontos. No Sul, a intenção das famílias em consumidor caiu 6,9%, para 89,4 pontos. No Centro-Oeste, a perda foi de 7,9%, para 92,7 pontos.

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