
Após a freada abrupta de 2009, o investimento voltou com força em 2010. O avanço do mercado imobiliário, as obras de infraestrutura impulsionadas pelas eleições e a retomada dos projetos de ampliação de capacidade das indústrias devem fazer com que volume de recursos aplicados cresça 24,5% em 2010. A participação sobre o PIB deve bater recorde, alcançando 19,4% neste ano, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em 2009, a taxa de investimento na economia brasileira foi de 16,7% e voltou aos patamares de 2006 (16,4%).
Embaladas pela melhora do cenário e pressionadas pelo aumento da demanda, empresas dos mais diversos setores estão ampliando investimentos. A Renault, que tem fábrica em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (RMC), anunciou investimentos no Brasil de R$ 1 bilhão nos próximos três anos. A Volvo, fabricante de caminhões e ônibus com sede na capital paranaense, vai aplicar US$ 220 milhões (R$ 396 milhões) nos próximos dois anos.
O setor de petróleo deve absorver outros R$ 2 bilhões em 2010 nas obras de ampliação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) em Araucária (RMC). A obra, iniciada no fim de 2007, deve atingir seu pico neste ano, com o número de operários nos canteiros alcançando 17 mil. Ao todo, o projeto deve absorver R$ 9 bilhões até 2012.
A indústria de alimentos e bebidas também está aquecida. A Spaipa, franqueada da Coca-Cola para o Paraná e interior de São Paulo, com sede em Curitiba, vai investir R$ 160 milhões neste ano 11% a mais do que foi aplicado no ano passado. Os recursos serão usados em marketing, na logística de distribuição e nos pontos de venda, segundo Mário Veronese, superintendente industrial e de logística da Spaipa. A previsão é de um crescimento de 13% em relação ao ano passado, quando atingiu uma receita de R$ 1,8 bilhão.
A construção civil, por outro lado, deve crescer 9% em 2010, puxada tanto pelo aquecimento do mercado imobiliário quanto pelas obras de infraestrutura. No setor do agronegócio, as cooperativas do Paraná preveem aplicar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,2 bilhão em 2010, principalmente em projetos de infraestrutura, na área de frangos, suínos e na industrialização da produção.



