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O Índice de Expectativa das Famílias (IEF), divulgado nesta quinta pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que os brasileiros seguem otimistas em relação à situação socioeconômica do País. Essa percepção inclui a economia nacional, a condição financeira da própria família, o desempenho no emprego, o nível de endividamento e a expectativa de compras.

No entanto, o indicador de otimismo em relação ao conjunto desses aspectos caiu de 65,3 pontos em março para 63,8 pontos em abril, conforme o levantamento. O resultado de abril, apesar de mostrar otimismo, é o menor desde outubro de 2010, quando o indicador atingiu os 63,4 pontos.

De acordo com o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, a diminuição do otimismo das famílias pode ser explicada pelas ações do governo voltadas à desaceleração do crescimento da economia, como a elevação da taxa de juros e a reavaliação do Orçamento. Pochmann acrescentou que, se mantido o ritmo de queda o indicador chegará a julho com 59,1 pontos. Isso significa uma mudança da perspectiva das famílias de otimistas para moderadas.

O IEF é uma pesquisa mensal realizada em 3.810 domicílios, em 214 municípios do País, com margem de erro de 5%. Ele representa a expectativa das famílias numa escala de zero a 100 pontos. Resultados maiores que 60 pontos indicam otimismo e abaixo de 40 pessimismo. A faixa de 40 a 60 é entendida como perspectiva moderada - isto é, neutra.

Em abril, as famílias da Região Centro-Oeste foram as mais otimistas sobre a situação socioeconômica do País, com 75,5 pontos, seguida pela Região Sudeste, com 65,1. A pior perspectiva foi vista entre as famílias nordestinas, com 59,3 pontos, única região com pontuação abaixo da linha considerada otimista.

Entre os aspectos analisados pela IEF, o nível mais alto de otimismo das famílias foi verificado nas perspectivas de condições financeiras em relação a elas mesmas: 82,6% afirmaram esperar situação financeira melhor dentro do lar no próximo ano. O otimismo das famílias em relação a elas mesmas é ainda maior que o otimismo em relação ao País. A pesquisa mostra que 59,1% acreditam que a situação econômica do Brasil vai melhorar nos próximos 12 meses.

Consumo e dívidas

O IEF também mostra que 50,7% das famílias brasileiras afirmaram em abril, que o momento é propício para o consumo de bens duráveis (eletrodomésticos, móveis e veículos, entre outros), enquanto 43% avaliam que o momento não é ideal para esse tipo de gasto. Segundo avaliação do Ipea, esses dados explicam, em parte "os índices de elevação do consumo e apontam para a sustentabilidade do impulso de crescimento da economia no curto prazo."

Outro dado considerado positivo pelo Ipea é que 78% dos responsáveis pelos domicílios se sentem seguros em sua atividade profissional. Entre os demais membros da família, o otimismo diminui um pouco: 72% sentem segurança nas ocupações. Além disso a expectativa de obter melhorias profissionais apresentou uma queda de março para abril: passou de 39% para cerca de 36%.

De acordo com o IEF, cerca de 73% das famílias acreditam estar pouco endividadas ou não possuir dívidas, enquanto mais de 92% dizem que não possuem a intenção de contrair financiamentos ou empréstimos nos próximos meses. Na avaliação do Ipea, um "indicador preocupante é que, dentre aquelas com contas atrasadas, cerca de 38% acreditam que não conseguirão saldar seus compromissos."

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