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Carro em exposição na Servopa traz preços com e sem redução de imposto. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Carro em exposição na Servopa traz preços com e sem redução de imposto.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

No Brasil, GM vai manter funcionários

O presidente no Brasil e na América Latina da General Motors (GM), Jaime Ardila, afirmou ontem que a montadora manterá o nível de emprego no país. A manutenção dos trabalhadores será possível pela relativa estabilidade da economia brasileira. "As decisões de emprego que tomamos no Brasil dependem totalmente do mercado brasileiro, não do que acontece na Europa ou nos EUA", disse o presidente, após evento na fábrica de São Caetano do Sul. "A situação no Brasil está boa, muito melhor do que esperávamos. E muito melhor do que a de outros países. Por enquanto, vamos manter os níveis de emprego." Ardila admitiu, porém, que a maioria dos contratos temporários não será renovada. Os contratos de 1.633 funcionários de São Caetano começaram a vencer em fevereiro e devem ser encerrados em abril.

Agência Estado

Preços

A redução do IPI fez parte do "pacote de bondades" do governo federal anunciado em 11 de dezembro, que visou proteger a economia da crise financeira. Veja como foram distribuídas as alíquotas.

Faixa 1

É para modelos com motores até 1.0. A alíquota antiga era 7% e foi zerada pelo governo. Com a redução, o preço de um Fiat Uno Mille cai de R$ 23,4 mil para R$ 21,4 mil.

Faixa 2

Inclui os modelos com motores entre 1.0 e 2.0, movidos a gasolina. Nesse caso, a alíquota caiu de 13% para 6%. Um Ford Fusion sai agora por R$ 69 mil, contra R$ 84 mil antes da mudança.

Faixa 3

Entram os carros com motores entre 1.0 e 2.0 movidos a álcool, ou com motores flex. A alíquota passou de 11% para 5,5%. Com isso, um Renault Scénic passa a custar R$ 49,4 mil, R$ 2,5 mil menos do que antes.

O mercado dá como certa a manutenção, por parte do governo federal, da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis pelo menos até o fim de junho. A renúncia fiscal entrou em vigor em dezembro com validade inicial até o fim de março. Até agora, a estratégia tem mantido as vendas do setor em patamar semelhante ao de 2008.

Na tarde de ontem, no entanto, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), divulgou nota negando a prorrogação da redução do IPI. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também veio a público negar que a decisão sobre a continuidade do desconto tenha sido tomada.

A informação de que a prorrogação está definida vazou de dentro do próprio governo e já se fala em contrapartidas que seriam exigidas das montadoras. A negação pública dos dois ministros teria uma lógica: não atrapalhar as vendas de março.

O economista Bráulio Borges, da LCA Consultores, diz não ter dúvidas de que a desoneração será esticada pelo menos até junho. Para ele, ao desmentir a prorrogação do IPI, o governo apenas se vale de uma estratégia inteligente. "Quando o governo diz que não vai prorrogar, é para fazer com que o consumidor continue comprando, e a indústria, produzindo e formando estoque", diz Borges. "Se ele não criar essa expectativa, o consumidor deixará para comprar depois", avalia.

"O volume atual de produção justifica a continuidade do plano. É praticamente certo que a redução de IPI vai ser mantida", diz o analista de mercado da CSM Worldwide Leonardo Machado. De acordo com ele, se a "promoção" de IPI for de fato encerrada no fim de março, haverá uma queda brusca na produção já no mês seguinte.

Confirmando-se a manutenção de IPI menor, a perspectiva é de picos na produção durante março e abril, com uma pequena desaceleração em maio e junho, segundo Machado. "O governo está entendendo que, mesmo com a arrecadação de IPI caindo, o resultado do mercado está se mantendo em níveis elevados."

Os números nacionais da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) para o segmento de automóveis e comerciais leves apontam em fevereiro aumento de 0,15% em relação ao mesmo mês de 2008, a primeira alta desde setembro. No Paraná, houve um decréscimo de 4,47% – número que não preocupa a diretoria estadual da federação, pois o patamar de comparação é alto.

Concessionárias

Na concessionária Fiat Florença, o planejamento do setor de vendas ainda leva em conta que o desconto do IPI acabará no fim deste mês. "Como por enquanto é tudo apenas especulação, estamos no ritmo original, projetando números como se o desconto fosse acabar", diz o gerente de vendas da Florença em Curitiba, Écio Camilo de Souza. Mas ele admite que o setor, incluindo bancos e financeiras, espera a continuidade da renúncia fiscal. "Enquanto houver esse incentivo haverá mais volume de vendas."

A avaliação é compartilhada pelo gerente de vendas da Volkswagen Servopa, Ricardo Kennedy Brunkow. Ele diz que a redução do IPI representou incremento de até 30% nas vendas. "Durante a crise, somente a redução do imposto pode manter o mercado aquecido. Os clientes procuram por isso", diz.

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