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Sustentabilidade

Itaipu ajuda a desenvolver carro elétrico

Uma hidrelétrica dificilmente teria envolvimento com um projeto de energia veicular, mas isso é realidade na usina binacional de Itaipu. Por meio de um convênio com a empresa suíça Kraftwerke Oberhasli, engenheiros estudam veículos elétricos com o objetivo de desenvolver tecnologia que permita comercializá-los dentro de cinco anos. O projeto consumirá US$ 750 mil e seu principal objetivo é permitir a redução de poluentes nas cidades brasileiras.

O primeiro protótipo é um Fiat Pálio, totalmente elétrico. O motor é carregado em uma tomada, que pode receber energia bivolt. O veículo tem vida útil de 10 anos e a bateria, de mil recargas. Apesar do preço 45% maior do que os veículos movidos por combustíveis convencionais, a manutenção é mais barata. Um veículo de passeio faz 5 km com 1 kw/h, que sai por R$ 0,55.

Na Itália, a fabricante Fiat também desenvolve pesquisas com este produto e um modelo híbrido, que conta com o motor elétrico e o tradicional, a combustão. Em outros países, algus fabricantes já comercializam veículos híbridos, dos quais o Toyota Prius o mais conhecido.

A pesquisa de Itaipu já conquistou parceiros no setor energético, interessados em reduzir custos com frota de veículos. Já fizeram encomendas empresas como a CPFL, que quer quatro unidades, e a Eletrobrás, interessada em duas. Quatro serão enviados à Suíça, ao custo de R$ 56 mil cada um. A Copel deve fazer encomendas também. Outros setores da economia brasileira, como o hoteleiro e a indústria em geral utilizam modelos em suas frotas internas e cerca de 40 ônibus com tecnologia híbrida circulam na Grande São Paulo. Nos Estados Unidos são cerca de 800 veículos.

Outras instituições apóiam a pesquisa, como as universidades Unicamp e Unioeste. O maior desafio da pesquisa é elevar a autonomia do carro, hoje de 120 km para 420 km sem recarregar a bateria. A velocidade também é limitada a 130 km/h e o tempo de carregamento é longo, tomando oito horas, que devem ser reduzidas para três. Outro objetivo é climatizar o carro, que chama a atenção pela ausência de câmbio.

Também há testes a serem feitos com o hidrogênio, por meio de convênio com a Unicamp.

A iniciativa acaba gerando empregos. Uma empresa que deve se instalar no Paraná em breve vai contratar pessoal para trabalhar na pesquisa – metade brasileiros e metade, paraguaios. A Itaipu também concederá bolsas de estudo para pesquisas que envolvam veículos elétricos.

"Tudo isso vai fazer o preço ficar mais acessível. Ele vai ser exatamaente igual a um veículo normal", diz o coordenador do projeto, Celso Novais. "As montadoras vão poder produzi-lo em escala industrial." E há mais uma vantagem: o carro deve ser totalmente nacionalizado, incluindo motor elétrico brasileiro.

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