As operações brasileiras do BankBoston devem ser vendidas nas próximas horas, informaram fontes de mercado nesta quinta-feira. A instituição, hoje controlada pelo Bank of America (BofA), seria adquirida por Itaú ou Santander .
- Isso é negócio para cerca de 2 bilhões de dólares - disse um executivo que atua no meio de fusões e aquisições e que estava a par da transação. Ele confirmou que Itaú e Santander estariam competindo mais acirradamente pela compra.
Os rumores levaram a uma maior movimentação dos papéis do Itaú na Bovespa durante a tarde. Segundo uma analista, havia comentários de que o preço pago pelo Boston teria sido alto e, com isso, as ações do Itaú fecharam em baixa de 0,84%, na contramão do setor.
Bradesco PN subiu 3,15%, as units do Unibanco, 1,65% e Banco do Brasil ON, 4,08%.
Procurado para comentar o rumor, um porta-voz do Itaú disse que o banco ainda não podia se manifestar a respeito.
Segundo uma fonte próxima à negociação, o Santander teria vencido a disputa. Porta-vozes do banco no Brasil e na Espanha disseram que a instituição não comenta rumores.
O BankBoston emitiu comunicado informando que "por norma, jamais comenta rumores" e, nos Estados Unidos, representantes do BofA não retornaram ligações.
Conforme o BankBoston, a instituição ocupa a 13ª posição no ranking dos maiores bancos do país, com R$ 22,6 bilhões em ativos totais. O Santander Banespa é o sexto, com R$ 85 bilhões em ativos totais, bem próximo ao Unibanco. O Itaú, o quarto, tem R$ 146 bilhões em ativos e fica atrás de Bradesco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil .
O negócio seria mais um na série de alienações de ativos do BankBoston promovidas pelo BofA na América Latina recentemente. Em dezembro, foram os ativos argentinos do banco, vendidos a um consórcio liderado pelo sul-africano Standard Bank .
Antes, o BofA, que é o segundo maior banco dos Estados Unidos, já havia vendido ativos na Colômbia, no Panamá e no Peru. O BofA comprou o FleetBoson, controlador do BankBoston, por US$ 48 bilhões, em 2004. Na América Latina, ainda detém operações no Chile e no Uruguai, além de uma fatia de 24,9% no Santander Serfin, terceiro maior banco do México.
