
A área de seguros do Paraná Banco começa a colocar em prática seu projeto de se tornar uma empresa internacional. O primeiro passo foi dado na semana passada com a aquisição da colombiana Cardinal Compañia de Seguros, especializada em seguro garantia, mesmo ramo em que a empresa paranaense é líder no Brasil. Além disso, o braço de resseguros do banco obteve um rating internacional que vai permitir a oferta de serviços em outros países.
O grupo segurador do Paraná Banco é composto por cinco empresas, três delas operacionais, ou seja, vendem diretamente os serviços de seguro no mercado. No Brasil, elas se concentram sob o guarda-chuva de uma holding, a JMalucelli Participações, da qual o banco paranaense tem 50,5% e a americana The Travelers Companies os outros 49,5%. A mesma estrutura foi usada na formação da JMalucelli Latam, holding criada pelas duas sócias para a expansão para outros países da América Latina.
Cerca de 60% da receita de seguros da empresa está nas mãos da JMalucelli Seguradora, líder em seguro garantia no país, com 27% do market share. É o expertise nesse ramo que fez a companhia vislumbrar a possibilidade de expandir sua atuação para outros países da América Latina. "Automatizamos muitos processos e ganhamos escala sem aumentar os custos", diz o presidente do Grupo Malucelli, Alexandre Malucelli. "Além disso, montamos uma boa estrutura de gestão de risco."
Os outros dois braços operacionais são a JM Resseguradora e a JM Seguros. A primeira responde por 25% da receita e tem na própria JM Seguradora um grande cliente. Agora, com o rating internacional, a ideia é expandir sua atuação, com registro em todos os países da América Latina. "Vamos em busca de clientes brasileiros em outros países e aceitar o risco de seguradoras locais", explica Malucelli.
A JM Seguros é a operação mais recente, focada em seguros gerais. Considerada uma "startup" dentro do grupo, é responsável por 15% do faturamento. "É uma operação que ainda não tem lucro, mas que vai atingir o equilíbrio nos próximos dois ou três anos", completa o executivo.
Foco internacional
A internacionalização da seguradora paranaense começou em 2010, com a entrada da Travelers no negócio. A empresa americana deu suporte para a expansão dos negócios de seguro garantia e seguro geral, e desde o início tinha como uma das metas apoiar a expansão da operação na América Latina.
Em um primeiro momento, os sócios olharam para o mercado da Argentina, onde chegaram a negociar a compra de uma seguradora. O acordo demorou para ser costurado e ficou inviável com a deterioração da economia argentina. Também foram avaliadas opções no Peru e na Colômbia, onde acabou saindo o primeiro negócio. "Foram 18 meses para fazer essa operação", conta Malucelli. Agora, a companhia está de olho em oportunidades no Chile e ainda no Peru.
Segundo o executivo, há várias vantagens na operação. O mercado colombiano é considerado maduro e relativamente grande (com prêmios de US$ 400 milhões por ano em seguro garantia, contra US$ 450 milhões no Brasil). Com as conexões com o Brasil e os Estados Unidos, os sócios esperam conquistar clientes que estão fora do alcance da Cardinal. E por trás da operação, terão o suporte da resseguradora do grupo, que tem hoje R$ 700 milhões de capital, o que eleva a capacidade de tomada de risco.



