• Carregando...

Os jornais "The New York Times" e "Financial Times", dos Estados Unidos e do Reino Unido, respectivamente, publicaram neste sábado (1º) críticas ao governo brasileiro quanto ao erro cometido no cálculo da previsão do PIB (Produto Interno Bruto).

Os resultados da economia no terceiro trimestre, divulgados nesta sexta (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), ficaram abaixo das análises mais pessimistas. Entre julho e setembro, a produção e a renda do país cresceram 0,6% na comparação com os três meses anteriores.

O número surpreendeu negativamente quase todos os analistas, que esperavam uma alta de 0,9% a 1,3%. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia dito em entrevista à Folha de S.Paulo que ficaria satisfeito "com qualquer número de 1% a 1,3%".

"Os resultados põem em dúvida as políticas destinadas a evitar que o Brasil se torne um retardatário entre as economias da América Latina", afirma o "NYT". O texto afirma ainda que "mesmo os economistas favoráveis" à presidente "expressaram surpresa".

"Os críticos estão se manifestando mais sobre a necessidade de o Brasil se tornar mais enérgico no trato de dilemas estruturais complexos que arrastam a economia para baixo, incluindo a burocracia bizantina e suas temíveis escolas públicas", afirma.

O "FT" afirma que a performance "fraca" permitirá que a presidente "introduza um elemento de urgência em reformas muito necessárias e impulsione o investimento em infraestrutura no Brasil e a redução nos custos". O jornal ainda cita o economista do banco de investimentos Goldman Sachs Alberto Ramos dizendo que a economia brasileira é "muito fraca".

"Olhe o que o México fez em termos de conter seus custos de produção, em termos de conter seus salários reais", diz o economista. "O Brasil colocou um preço em si próprio que está fora da economia global ao não conter os custos. O Brasil não tem um problema de taxa de câmbio, mas de custo de competitividade."

Em seu blog, "Beyondbrics", o economista do "FT" Jonathan Wheatley diz que Mantega "errou feio". "Não é uma recuperação, afinal. Depois da sua exageradamente otimista e exageradamente errada previsão para o PIB do terceiro trimestre, os leitores talvez não queiram levar Mantega muito a sério", afirma.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]