Depois de participar de uma cerimônia no Ministério da Justiça, o vice-presidente José Alencar voltou a criticar hoje as altas taxas de juros praticadas no País. Segundo Alencar, mesmo que o Comitê de Política Monetária (Copom) baixe a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, para um dígito, o Brasil ainda terá a maior taxa do mundo e estará desperdiçando dinheiro.
"Eu não falo nada sobre Copom. Quando falo de juros básicos, falo da taxa compatível que é praticada em todos os países e nós estamos muito acima", reclamou Alencar. "Mesmo que esta taxa caia para um dígito, um dígito de nove (na casa de 9%), ainda assim é a mais alta do mundo e estamos gastando uma fortuna com o pagamento de juros, quando precisamos destes recursos para cuidar de saúde, educação, saneamento, estradas e energia, e estamos gastando com juros, desnecessariamente", disse.
Para Alencar, os juros hoje deveriam ser compatíveis com a taxa de mercado internacional. "O mundo pratica taxa básica da ordem de zero por cento. Alguém pode dizer: mas zero por cento? É zero por cento mesmo, porque a taxa nominal é de 4 ou 5 em determinados países e a taxa real (descontada a inflação) é zero, ou menos de zero", prosseguiu Alencar.
Ele finalizou dizendo que "qualquer que seja a decisão do Copom, dentro dessa faixa que se coloca na imprensa, é uma decisão que contraria o verdadeiro interesse nacional, que é trazer os juros para o patamar que lhe cabe, ou seja, patamar de mercado, e o patamar de mercado (internacional) não é esse".
O Copom anuncia nesta quarta-feira (29) a nova taxa Selic. Atualmente, a taxa está fixada em 11,25% ao ano e a expectativa é que ela caia entre 1 e 1,5 ponto porcentual.



