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Em mais um capítulo polêmico do caso Eike Batista, o juiz Flávio Roberto de Souza, titular da 3.ª Vara Federal Criminal, responsável pelas ações criminais contra o empresário, foi flagrado ontem, dirigindo o Porsche Cayenne turbo branco, placa DBB 0002, apreendido pela Polícia Federal junto com outros bens em fevereiro, por ordem do magistrado. A defesa de Eike denunciou que o automóvel de luxo estava estacionado no condomínio em que mora o juiz, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, o que foi confirmado pelo próprio.

O episódio acirrou ainda mais os ânimos entre o juiz e os advogados do ex-bilionário, que já movem um pedido de afastamento de Souza da ação em que seu cliente é acusado de manipulação de mercado e uso de informação privilegiada com ações da OGX. A defesa alega que Souza tem sido parcial em suas declarações à imprensa e que dá “tratamento discriminatório” a Eike.

“Isso [uso do carro] não é só suficiente para afastar o juiz como é um ilícito. Esse ato é gravíssimo”, disse Sergio Bermudes, advogado de Eike Batista. “É um caso de loucura furiosa”, completou. A defesa entrará com uma representação contra o juiz no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O juiz Flávio Roberto de Souza disse que levou o veículo para a garagem do seu prédio por falta de vagas em boas condições no pátio da Justiça Federal e no depósito da Polícia Federal. O objetivo era evitar que fosse danificado, ao ficar exposto aos efeitos do sol e da chuva. “O carro estava em depósito na garagem fechada desde que foi apreendido. Ele nunca foi usado e só veio hoje para o pátio da Justiça porque entrará no próximo leilão e ficará exposto para interessados”, explicou.

Assim como os outros cinco carros do empresário, o Porsche deverá ser leiloado. Ontem a Justiça suspendeu o leilão dos primeiros cinco veículos de Eike, inclusive um Lamborghini Aventador avaliado em R$ 1,62 milhão.

Apesar de garantir que o procedimento com os veículos foi regular, o juiz será alvo de uma sindicância. O processo foi instaurado pela Corregedoria Regional da Justiça Federal da 2.ª Região e vai investigar a conduta do juiz.

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