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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu na manhã desta sexta-feira (1º) que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre será melhor que o registrado nos primeiros três meses do ano - 0,2% de alta na comparação com o desempenho do último trimestre do ano passado. Ele disse estimar um crescimento entre 4% a 4,5% no segundo semestre.

"No primeiro trimestre repetimos o crescimento do último trimestre do ano passado. Então, não houve aceleração nem desaceleração. O segundo trimestre terá crescimento maior que o primeiro", disse.

Mantega avalia que o crescimento ocorrerá sobretudo por causa das medidas de incentivo à economia que o governo tem tomado ao longo dos últimos meses. A redução dos juros e o controle do câmbio, segundo o ministro, serão os grandes responsáveis pelo aquecimento econômico.

Para ele, o segundo semestre será mais favorável, porque os juros menores, o câmbio controlado e as desonerações de produtos para incentivo ao consumo surtirão efeito. "Vamos chegar ao segundo semestre com essas medidas fazendo mais efeito e com o crédito mais abundante às empresas e ao consumo. No segundo semestre, devemos atingir o crescimento que queremos, de 4% a 4,5%", estimou. Ele classificou o avanço do consumo das famílias como "compatível" com a taxa de crescimento buscada pelo governo.

Estagnação

No segundo semestre do ano passado a economia brasileira praticamente estagnou, com uma queda na atividade de 0,1% no 3º trimestre e uma alta de 0,2% no 4º trimestre. Devido ao desempenho da segunda metade do ano, a expansão da economia no ano passado ficou em 2,7%, considerado baixo pelo próprio governo.

O ministro creditou o desempenho modesto no início do ano ao desempenho do setor agropecuário. Embora com participação pequena na economia, cerca de 5% segundo Mantega, a quebra da safra da soja e a redução na produção de arroz e fumo levaram a uma queda de mais de 7% na atividade frente ao fim do ano passado. Mantega afirmou, entretanto, que são fatores sazonais, ligados às condições climáticas, e que o setor agrícola brasileiro "vai bem".

Outro fator negativo, segundo o ministro, foram os investimentos. Para ele, dois fatores contribuíram para a queda de 1,8% nesse item: a crise europeia, que provocou uma retração dos empresários, e a queda na produção de caminhões, mercado que foi contaminado pela mudança dos motores para um modelo menos poluente.

Dado considerado positivo pelo ministro foi o desempenho da indústria de transformação, que cresceu 1,9%."Considero uma excelente notícia. Foi o primeiro trimestre positivo depois de três seguidos de resultado negativo".

Banco Central

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que o resultado do crescimento do PIB brasileiro do primeiro trimestre deste ano, de 0,2% frente os três últimos meses de 2011, confirma que a recuperação da atividade econômica tem sido "bastante gradual".

Em nota divulgada nesta sexta, Tombini destaca que ficou a cargo da demanda doméstica a sustentação do crescimento. "A demanda doméstica continuou sendo o principal suporte da economia, com o consumo das famílias sendo estimulado pela expansão moderada do crédito, pela geração de empregos e de renda", afirmou o presidente.

Tombini afirmou ainda que o ritmo de crescimento da economia deve aumentar ao longo do ano. "Os sólidos fundamentos e um mercado interno robusto constituem um diferencial da economia brasileira. Dessa forma, mesmo diante do complexo ambiente internacional, as perspectivas apontam intensificação do ritmo de atividade ao longo deste ano".

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