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Paraná

Justiça suspende atividades de 3 distribuidoras de combustíveis do PR

Juntas, as três empresas respondem por 5% dos combustíveis comercializados no estado. Elas são suspeitas de fraudar recolhimento do ICMS

Três empresas do setor de distribuição de combustíveis do Paraná tiveram as atividades suspensas por suspeita de irregularidades no recolhimento do ICMS. A determinação partiu de liminar concedida pelo juiz Tiago Gagliano Pinto Alberto, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, que acatou pedido da Procuradoria Geral do Estado (PGE). O nome das empresas não foi divulgado. Mas elas são sediadas no Paraná e respondem por 5% do total de combustíveis comercializados no estado, segundo a Agência de Notícias do governo.

De acordo com a ação cível da PGE, as empresas mascaravam o não recolhimento do ICMS da compra de combustíveis falsificando notas fiscais, que simulavam operações de envio para armazenagem e retorno. Elas compravam combustíveis com uma formuladora de São Paulo e as operações eram intermediadas por uma distribuidora com sede em Paulínia, em São Paulo, e filial em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. Ainda segundo o que foi divulgado pelo governo, as empresas devem cerca de R$ 160 milhões aos cofres públicos por causa das irregularidades.

A ação diz ainda que o mercado será "facilmente suprido" pelas outras empresas que atuam no estado. E que os consumidores "deixarão de ser enganados". Os atos praticados pelas empresas são classificados como violadores da ordem econômica e dos interesses da concorrência.

A sonegação fiscal por empresas ligadas à venda de combustíveis no Paraná deve ultrapassar os R$ 1 bilhão por ano, estima Roberto Fregonese, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis-PR). "Elas se utilizam desse artifício para vender mais barato e criam concorrência desleal. Isso faz com que o mercado seja tão volátil", afirma.

Combustível formulado

Por serem comprados de uma formuladora, os combustíveis comercializados pelas empresas eram "formulados" – fabricados a partir da mistura de solvente e resíduos da destilação petroquímica. Apesar de não ser ilegal, o combustível formulado é menos denso e mais volátil que o convencional, e por isso rende menos. O produto já paga menos impostos que a gasolina convencional.

Fregonese diz que a sonegação de impostos na venda de gasolina formulada é mais "fácil". Isso porque, nesses casos, quem faz o recolhimento de impostos é a mesma empresa que vende o combustível, o que facilitaria a evasão fiscal.

Segundo o Sindicombustíveis-PR, Curitiba recebe cerca de 20 milhões de litros por mês desse tipo de combustível, produzido em São Paulo – o que corresponde a 13% das vendas de gasolina totais da cidade. Não há norma que obrigue o posto a informar que tipo de gasolina está vendendo. Para saber, o consumidor tem de perguntar ao frentista ou ao dono do estabelecimento.

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