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Joaquim Levy, ministro da Fazenda. | Paulo Whitaker /Reuters
Joaquim Levy, ministro da Fazenda.| Foto: Paulo Whitaker /Reuters

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou neste sábado (5) que o governo estuda a criação de um possível imposto temporário para aumentar a arrecadação, após apresentar a peça orçamentária de 2016 com previsão de déficit de 30,5 bilhões de reais, de acordo com o jornal Valor Econômico.

Em entrevista na capital turca, Ancara, após participar de reunião do G20, Levy disse que o plano para enfrentar o problema nas contas públicas está em fase de construção, e citou o possível novo imposto.

“Pode ser imposto para atravessar essa travessia. E depois se retiraria. Estamos no meio de uma discussão sobre isso”, afirmou o ministro, de acordo com o site do Valor.

“O importante é onde vamos chegar e porque vamos chegar, e é para evitar a degradação (do grau de investimento), porque se não fizermos (o ajuste), aumentamos muitos os riscos e vamos destruir emprego por muitos anos”, acrescentou.

A ideia de encontrar novas formas de receita para equilibrar o Orçamento vem sendo defendida em público pela presidente Dilma Rousseff como forma de evitar o déficit no Orçamento do ano que vem, uma vez que o governo cortou “tudo que poderia ser cortado”, nas palavras de Dilma.

Rebaixamento

O ministro da Fazenda disse estar preocupado com a possibilidade de que agências internacionais de risco rebaixem a nota do Brasil para a categoria de “especulativa”. Após um dia de reuniões durante o encontro de ministros das Finanças do G-20 em Ancara, capital da Turquia, Levy repetiu que o Brasil deve tomar todas as medidas possíveis para evitar o chamado downgrade, incluindo cortes de despesas e aumento de receita. Segundo Levy, a equipe econômica está escutando os diversos setores da sociedade antes de o Executivo enviar propostas para o Congresso.

“É importante que todos saibam aonde a gente tem que chegar e por que temos que chegar. A gente tem que chegar (a um equilíbrio nas contas) porque é uma maneira de evitar o downgrade. Se você não tiver isso, aumenta muito o risco do rebaixamento, que vai destruir o emprego. E não vai destruir o emprego agora, vai destruir o emprego por muitos anos. Então a gente não pode ter downgrade”, disse o ministro.

Levy não quis discutir os rumores de que estaria prestes a renunciar ao cargo por causa de sua insistência num ajuste fiscal mais rigoroso, o que o estaria isolando em Brasília.

“Não vou dizer nada, o importante é a meta, é o que o Brasil vai fazer. Isso é que é relevante. O resto é folhetim. Não vou entrar em folhetins. Estou discutindo políticas”.

Na quinta-feira (3), ele chegou a cancelar sua participação no encontro do G-20 em Ancara para comparecer a uma reunião de emergência no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

A decisão criou nervosismo no mercado, levando a um aumento no ritmo da desvalorização do real em relação ao dólar. Na sexta-feira (4), no entanto, ele voltou atrás da decisão e viajou para a Turquia. Levy não quis discutir o que foi conversado na reunião.

“Se eu conversei com a presidente não tenho que dizer o que eu conversei com a presidente. A temática foi fiscal econômica. Ponto.”

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