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Stephanie Passos e Bruno Negretti fundaram a Knowe em julho de 2016. | Divulgação/
Stephanie Passos e Bruno Negretti fundaram a Knowe em julho de 2016.| Foto: Divulgação/

Com mais de dez anos de experiência como headhunters e a ideia de ajudar as pessoas interessadas em receber orientações para a carreira, com base em vivências reais sobre o mercado de trabalho, o casal Bruno Negretti e Stephanie Passos criou a plataforma Knowe, quando viviam em Nova Iorque, em julho de 2016. Enquanto CEO e CMO da startup, respectivamente, eles a classificam como uma espécie de Uber do aconselhamento profissional, que oferece sessões por videoconferência conforme a agenda de cada mentor. Com quase dois anos de atuação, o marketplace reúne cerca de 4 mil usuários e 3 mil advisors de diferentes categorias: de estudantes universitários a executivos em altos postos em conceituadas companhias no Brasil e outros sete países.

Entre os nomes de peso da Knowe está o do CEO da Natura Chile, Alexandre Lemos. Ele tem o perfil mais buscado na plataforma e sua hora de mentoria custa R$ 200. “Como headhunter, percebi que quando se trata de mudança de carreira, a vida em outro país ou começar um novo negócio, as pessoas têm muitas dúvidas e, na maioria das vezes, não têm para quem recorrer. É incrível ter a oportunidade de ser assessorado por um profissional como este, tão brilhante, e de uma maneira muito acessível”, comemora Negretti. Lemos faz parte do time da categoria experts, de profissionais com mais de dez anos de experiência no mercado e que ocupam cargos estratégicos e de liderança. A média de preço é de R$ 550/hora.

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Neste nível são encontrados ainda nomes como de Giovane Costa, vice-presidente de Recursos Humanos da Telefônica Brasil, Mônica Saccarelli, sócia e fundadora da Rico, e Felipe Carvalho, gerente de operações do BTG Pactual. “Ao lançarmos a Knowe, realizamos um MVP (Minimum Viable Product) com nosso network, para testar a ideia e, desde então, tivemos uma forte receptividade. Há um gap muito grande no mercado por um direcionamento feito por pessoas com conhecimentos específicos e vemos os profissionais perdidos. Tanto é que alguns mentores ofereceram-se para atuar na plataforma mesmo de graça, sem estarem preocupados com remuneração, com a vantagem de poderem aumentar o network e a visibilidade no mercado”, revela Negretti.

O argumento é uma das justificativas para a ampla variação de preço pelos serviços de consultoria, que vão desde irrisórios R$ 5, que pagam apenas os custos de viabilização da sessão, a R$ 5 mil. Este teto é o quanto um executivo do gabarito de Robinson Shiba, proprietário das redes de franquias China in Box e Gendai, cobra por 60 minutos de mentoria na plataforma Knowe.

A conexão entre conselheiros e interessados ocorre ainda nos níveis apprentice, de estudantes universitários, estagiários e recém-formados, para auxiliarem na escolha de cursos, expectativas da universidade e similares; e market, de pessoas com ensino superior, experiência profissional de dois a nove anos, especialistas e analistas. A média de preço por sessão é de R$ 80/hora e R$ 250/hora, respectivamente.

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Amigos investem dinheiro na Knowe em troca de ações da startup

Administrador formado pela Universidade Mackenzie, com MBA na USP e especialização na Universidade de Michigan (EUA), Bruno tem passagens pelo Banco Safra, Banco Santander e Page Executive. Stephanie, graduada em Relações Internacionais com especializações em Marketing e Recursos Humanos, passou por empresas como PageGroup, Spencer Stuart e Marlin Hawk. A ideia da plataforma veio em maio de 2016 e, em julho do mesmo ano, a Knowe foi fundada. O casal voltou ao Brasil, inclusive, só para se dedicar ao negócio.

“Procurei por empresas de tecnologia do meu network, para as quais havia feito trabalhos de recrutamento, e elas apostaram muito no projeto”, conta. Desde o início, Negretti recebeu interessantes propostas de investimento, como um aporte de R$ 500 mil por 50% da startup. “Mas eu precisava de apenas R$ 100 mil a R$ 120 mil. Ao analisar com calma, apesar de bom, não me pareceu o melhor negócio.” Foi então que cinco amigos, um deles o co-founder, Ramón Stortini, apostaram na ideia e no poder de execução do casal, investindo cada um R$ 25 mil em troca de 12,5% em ações.

Maioria dos usuários da Knowe tem mais de 30 anos e está empregada

Desde a criação, a Knowe tem entre a maioria de seus usuários pessoas com 30 anos ou mais, formadas ou cursando uma faculdade ou MBA, concentradas no município de São Paulo. O que elas mais buscam, segundo Negretti, são CEOs de empresas, com experiência em gestão de equipes e da área de marketing digital. “Os usuários estão, geralmente, à procura de uma transição de carreira ou aconselhamento específico.”

Os usuários são cadastrados pelo LinkedIn e pelo Facebook e não têm seus perfis expostos, por questões de privacidade. Os mentores são aprovados também via LinkedIn, após minuciosa curadoria, antes que o perfil seja liberado. Como advisors da Knowe, os membros recebem uma estimativa de valor a ser cobrado, de acordo com experiência e nível de conhecimento, mas têm autonomia para definir o quanto cobrar pelos seus serviços. A comissão da plataforma é de 20%.

Até o final de 2018, Negretti estima dar um salto de 7 mil cadastrados, entre mentores e usuários, para 100 mil. Recentemente foi lançado o app da Knowe, por enquanto restrito ao sistema operacional IOS. Dentro dos planos de conquistar novos usuários, a plataforma programa para os próximos dias uma campanha que irá oferecer vouchers de R$ 100 para a primeira sessão via app.

“Em apenas uma conversa é possível ter um direcionamento adequado, conforme demanda e aproveitamento de cada um. Mas há casos de serem necessárias pelo menos três sessões”, afirma Negretti. Segundo ele, um levantamento sobre os feedbacks dos usuários aponta que 90% das pessoas encontram respostas satisfatórias e resultados posteriores positivos por meio da plataforma.

A Knowe também auxilia as áreas de RH de grandes corporações a realizarem contratações mais assertivas e a diminuir problemas como a alta rotatividade, por meio do serviço Embaixadores de Talento. A ferramenta conecta potenciais candidatos a um representante da empresa, que compartilha sua experiência profissional, auxiliando na avaliação de perfil cultural e comportamental dos candidatos. A startup tem ainda parcerias com instituições de ensino, com objetivo de contribuir para a tomada de decisão profissional dos estudantes.

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