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Alison Vilas Boas, Ycaro Martins e Sílvio Nunes: sócios da Cash Auto, que promete vender seu carro em até 50 minutos | DivulgaçãoCash Auto
Alison Vilas Boas, Ycaro Martins e Sílvio Nunes: sócios da Cash Auto, que promete vender seu carro em até 50 minutos| Foto: DivulgaçãoCash Auto

Se você é uma pessoa comum, deve ter arrepios só de pensar em vender seu carro usado. São tantas burocracias e negociações que cansa só de pensar. Uma startup de Londrina percebeu isso, e resolveu criar uma plataforma para agilizar este processo. A Cash Auto promete vender seu veículo usado em apenas 50 minutos. E pelo melhor preço do mercado.

Vender carro pela internet não é bem uma novidade. Anúncios em sites de venda e nas redes sociais são populares. Mas esses métodos funcionam mais como vitrines. O que a Cash Auto propõe é uma mescla de representante de vendas e conexão com o varejo. 

Diferente de outras startups, o grande diferencial da Cash Auto não é tecnologia. São os recursos humanos. Ou melhor, a rede de contatos: a empresa conta com mais de 800 lojas cadastradas.

São revendedores de carro de todo o Sul do país e do estado de São Paulo. É o grande diferencial para o usuário, explica Ycaro Martins, fundador e CEO da startup:

Você pode achar uma oferta melhor do que a nossa? É claro que pode. Mas se você for de loja em loja também não vai saber. Por que em quantas concessionárias você consegue ir negociar em um dia? Em 10, no máximo? Aqui eu tenho 800. E leva 50 minutos. E você tem a certeza que grande parte do Sul do país vai ver o seu carro.

Quando um cadastro é feito na plataforma, uma equipe da própria startup faz uma espécie de triagem. Verificam se há algum débito e avaliam o estado do veículo, por foto.

As informações são passadas já "mastigadas" para a rede de lojistas. Ao final de 50 minutos, a Cash Auto retorna para o vendedor apresentando aquele que foi considerado o melhor negócio para vender seu carro.

Mas qual a vantagem para a loja de comprar pela plataforma, e não direto do consumidor? Foi exatamente o que as lojas questionaram Ycaro Martins quando ele começou a pensar na ideia do negócio, lá em 2015. 

“Quando a gente começou o trabalho, aqui em Londrina, teve uma rejeição muito grande. Os lojistas até se cadastraram, mas surgiu muita dúvida", contou o empresário à Gazeta do Povo. Foi aí que Ycaro, que fez carreira em revendas do Paraná e de Santa Catarina, partiu para o mercado explicar a ideia, em conjunto com seus sócios Alison Vilas Boas e Sílvio Nunes.

Falei para eles que era a revolução: a gente não é lojista e nem concessionário. A gente ia entrar no meio de campo, ajudando o concessionário que muitas vezes não consegue achar um carro do jeito que ele procura. E também para ajudar nessa dificuldade que as pessoas têm em vender, porque elas já tem suas vidas para tocar, é difícil ficar indo em um monte de lojas para achar o melhor negócio.

Concessionárias e proprietários se beneficiam deste intermediário, garante ele. Isto porque a equipe da Cash Auto (a startup também tem um despachante parceiro) viabiliza a parte técncia, para que nenhum lado sofra com "rolos" na hora de fechar negócio, tão comuns no ramo de venda de automóveis.

Além disso, a empresa intermedeia todo o processo de pagamento. As partes assinam contratos autorizando que a Cash Auto receba e repasse o dinheiro, o que também garante uma maior segurança para o processo. A startup garante a venda inclusive nos casos em que as lojas desistem do negócio. Neste caso, a empresa faz a compra do carro com seu próprio orçamento.

Desafios para escalar 

Por ser uma inovação mais no campo da gestão do negócio do que da tecnologia, a Cash Auto enfrenta desafios na chamada "escalabilidade" do negócio. Ou seja, na capacidade de dar escala para o modelo e crescer com rapidez para além do Paraná. 

O primeiro é de pessoal. A Cash Auto precisa manter uma equipe especializada em vendas de veículo, tanto para fazer a avaliação dos carros quanto para garantir a parte burocrática (e entregar tudo já "mastigadinho" para as partes envolvidas). O que inclui, por exemplo, ter um funcionário de um despachante parceiro operando dentro da empresa. 

Outro é logístico. Hoje a startup conta com duas lojas físicas em Londrina, onde são feitas as entregas dos carros vendidos. Para os compradores a solução é mais fácil; basta colocar o veículo em um caminhão-cegonha e despachar para a concessionária. 

Mas não há um modelo definido para os casos em que os vendedores são de outras cidades. A Cash Auto já vendeu carros de usuários de Curitiba, por exemplo, em casos em que a empresa viabilizou a parte burocrática, e a entrega em si foi realizada diretamente na loja. 

Ainda para este ano, a Cash Auto pretende abrir uma loja física em Maringá, no noroeste do estado; e, em fevereiro, uma unidade em Curitiba. 

Em paralelo, a empresa estuda uma parceria com a BRMalls, para abrir unidades dentro dos shoppings da marca. 

Números 

Desde 1.º de dezembro de 2016, quando começou a funcionar, a Cash Auto já vendeu pouco mais de 2.400 veículos. Sendo cerca de 400 neste mês de outubro. No início, eram entre 80 e 110 negócios por mês. 

O faturamento mensal da empresa hoje gira em torno de R$ 3 milhões ao mês. A previsão é fechar 2017 com R$ 27 milhões, no acumulado. 

A empresa cobra 5% sobre o valor das vendas, como se fosse uma comissão. É mais alto do que o cobrado por outras plataformas, aquelas que trabalham com anúncios. Mesmo assim, Ycaro estima uma rentabilização de 10% a 20% nas vendas feitas pela plataforma, graças à busca por melhores ofertas.

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