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Gervásio Morgado, CEO da YetGo, noe scritório da empresa em Belém (PA). | Emanoel Santots/
Gervásio Morgado, CEO da YetGo, noe scritório da empresa em Belém (PA).| Foto: Emanoel Santots/

Lançada inicialmente como mais um aplicativo de mobilidade urbana, como são Cabify, 99 e Uber, a startup paraense YetGo oferece uma nova forma de tarifar os motoristas. Líder no estado de origem e muito forte em todo Norte do país, ao invés de cobrar a taxa usual de 25% sobre cada corrida concluída – como era feito desde novembro de 2016, quando foi ativada a plataforma –, o condutor do aplicativo paga uma mensalidade fixa de R$ 300 a R$ 400, conforme área de atuação. O modelo de negócio passou a vigorar em dezembro de 2017. No primeiro mês de mudança, a startup viu crescer em 30% a quantidade de motoristas.

“A inovação trouxe fidelização. Percebíamos que os condutores tinham um ônus muito grande, principalmente com a deteriorização dos carros, assim como combustível e eventuais multas. Na ponta do lápis, não era vantajoso”, afirma o CEO da YetGo, Gervásio Morgado. A mensalidade é o único custo do motorista com o aplicativo, junto a taxas cobradas apenas para corridas pagas com cartão de crédito (em média, 4%). O ganho, revela o executivo, chega a ser de 25% a 40% em relação ao contrato convencional. “Com a porcentagem direcionada por trajeto, o motorista chegava a comprometer de R$ 1 mil a R$ 1,6 mil mensais de seu faturamento”, diz.

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Neste sistema, um motorista consegue ganhar de R$ 4 mil a R$ 9 mil mensais, em expedientes de 6 a 12 horas diárias, durante sete dias na semana, as áreas onde a atuação é mais forte, garante Morgado. Do início da operação até março deste ano, a YetGo registrou um faturamento de R$ 5 milhões e pretende dobrar o volume, chegando aos R$ 10 milhões até o final de 2018. O mesmo cálculo é feito para o número de usuários, que deve passar de 500 mil para 1 milhão nas previsões da startup. O aplicativo deve ainda aumentar em mais de 60% a comunidade de motoristas, dos atuais 75 mil para 200 mil.

Contribui para este crescimento o início das operações da YetGo no Paraná. Morgado esteve em Curitiba nesta quarta-feira (25), e fechou parceria com um influente grupo da cidade – por questões contratuais o nome ainda não pode ser divulgado. A ativação na capital paranaense está prevista para junho. O CEO da startup adianta que a plataforma já tem dois mil motoristas da região de Curitiba cadastrados e liberados a trabalhar. Estima-se que pelo menos 20% dos interessados confirmem adesão.

Um pouco antes, em maio, a YetGo fará estreia no exterior, em Santiago do Chile, onde conta com 170 motoristas cadastrados. No segundo semestre, o destino será Portugal. “Em agosto a operação chegará a Lisboa. A licença está pronta e o aplicativo traduzido para o português local. Estamos na fase de definição de quem será nosso parceiro.”

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Aporte de 15% abriu portas para a expansão da YetGo

Além do modelo de negócio, os promissores planos de expansão são possíveis graças a um recente aporte de 15% das ações da YetGo, recebido da micro venture capital Bossa Nova. “O investimento é um grande marco na história da empresa, pois valida nosso product market fit e nos abre portas para o mundo, nos colocando sob os holofotes do mercado como um todo”, comemora Morgado. Presente em 13 cidades brasileiras, o investimento abre maiores oportunidades no Sul e Sudeste e reforça a participação da YetGo no Norte, principalmente nos estados do Pará, do Amazonas e do Amapá.

Como funciona o YetGo, diferente de outros apps

Na prática, o app segue o padrão do mercado. O usuário baixa o aplicativo no smartphone e escolhe as opções de pagamento, que podem ser por cartão de crédito e/ou dinheiro. O YetGo, porém, apresenta atrativos frente aos demais aplicativos: não há tarifa dinâmica, nem cobrança por cancelamento. Para calcular a estimativa de preço que será apresentada ao consumidor, que pode alterar para mais ou para menos conforme o trânsito e tempo de viagem, o YetGo cobra o valor inicial de R$ 6, em média, conforme a localização, mais uma média R$ 1,25 por quilômetro rodado e R$ 0,20 por minuto de trajeto.

Outro benefício é da participação no faturamento com indicações, de forma ilimitada. Basta indicar um amigo e o programa garante 5% sobre o valor de todas as corridas feitas por ele, para pagamento em cartão de crédito, ou R$ 0,30, para pagamento em dinheiro. Também vale para motoristas que sugerirem novos usuários. Os condutores que indicarem novos colegas para atuar na plataforma também têm direito a 1% sobre o total de todas as corridas que o motorista concluir, desde que o pagamento seja em cartão de crédito, ou R$ 0,03, se for em dinheiro.

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Ao atingir o valor de R$ 100 em indicações, o usuário recebe o cartão YetGo com o saldo disponível para saque ou compra de produtos em milhões de estabelecimentos conveniados no Brasil e no mundo. O cartão leva a bandeira Mastercard e é um produto do Yetbank. No mesmo sistema do Nubank, disponibiliza pagamentos em contas, transferências e DOCs, recebimento de TED, emissão de boletos e recarga de celular, entre outros serviços, sem taxa de adesão ou mensalidade. Em breve, o banco virtual irá oferecer ainda duas opções de máquinas de pagamento com cartão, ambas para pessoa física e jurídica.

Diferentemente da concorrência, a plataforma não adotou o sistema de troca de mensagens de texto. “O contato é possível apenas por meio de ligação direta para segurança do condutor, que poderá atender por meio de viva-voz. Consideramos o envio de mensagem uma alternativa perigosa, já que o motorista estará em deslocamento”, diz. (Vale lembrar que o Código de Trânsito Brasileiro não prevê penalidade ao motorista que utiliza-se do viva voz para se comunicar, porém estudos comprovam que dirigir e conversar ao mesmo tempo é tão perigoso quanto é a distração de usar uma das mãos para levar o aparelho até a orelha. O indicado é falar enquanto estiver com o veículo estacionado).

Plataforma também é “franquia”

O YetGo trabalha com modelo de licença de operação, concedida por estado, no qual o parceiro adquire a marca e tem direito a 60% do faturamento. “É como uma sociedade na qual o licenciado é o sócio majoritário. Ele ganha acesso a toda a tecnologia e precisa ter uma base na região de atuação para treinamento e eventuais convocações de seus motoristas”, explica Morgado. O investimento inicial varia de R$ 100 mil a R$ 150 mil, para contratos de pelo menos um ano. A previsão de retorno do investimento é de 3 a 5 meses.

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